Quem lê reviews de smartphones ou assiste a vídeos desses reviews pode até pensar que o processo de criação de materiais é simples. Mas para que isso pareça simples, vários passos devem ser seguidos pelos analistas, o que faz com que o resultado chegue ao consumidor com a maior clareza possível. E é sobre isso que vamos falar hoje neste artigo — que complementa o que já divulgamos sobre a rotina do jornalista de tecnologia.
Antes de contar quais são as cinco principais etapas para essa produção de conteúdo, é importante deixar uma coisa bem clara: aqui no Blog do Plástico de Engenharia nenhuma crítica é “conteúdo pago”. Claro que você já viu “publis” por aqui, mas as análises são 100% livres de intervenção da marca. Os dispositivos que recebem conteúdo pago têm até vídeos apresentados por equipes diferentes das que fazem a análise — para deixar essa divisão bem clara para qualquer telespectador.
Agora, sem mais delongas: vamos aos passos!
1. O unboxing completo
O unboxing pode até parecer um simples “tirar da caixa”, mas envolve algumas etapas que precisam ser levadas em consideração. Primeiro: é nesse momento que o analista tem acesso ao smartphone em seu estado mais bonito — pode parecer exagero, mas talvez seja a única vez que você consegue ver o aparelho 100% livre de arranhões e marcas de graxa. Ou seja: o projeto pode ser melhor avaliado nesta etapa.
É também durante o unboxing que tudo o que vem com o aparelho é monitorado — do carregador aos fones de ouvido e adaptadores. E isso também faz diferença na hora de decidir se um celular é adequado ou não para determinados públicos.
Por fim: este é o primeiro contato com a performance do aparelho. Se o hardware não for muito avançado, esse momento fica comprometido, e o analista precisa estar totalmente focado na experiência que todos os consumidores terão. É importante lembrar: vários fabricantes enviam sistemas que facilitam a importação de dados de um celular antigo, e isso também precisa ser visto inicialmente.
2. Referências e teste de hardware
A menos que estejamos falando de um iPhone — que possui um sistema operacional criado pelo mesmo fabricante do aparelho — é bastante comum que cada celular apresente variações de desempenho em relação a outro com as mesmas especificações. Portanto, não é só olhar para “6 GB de RAM” e “chip quad-core” para saber se é potente ou não.
No “Android-verse”, cada fabricante cria modificações específicas em seus aparelhos e que também variam de modelo para modelo. Isso significa que cada aparelho terá um resultado diferente, mesmo com especificações muito parecidas. Portanto, o ideal é correr benchmarks para ver o desempenho do laptop em comparação com outros. E, claro, cabe ao analista criar seu próprio banco de dados para ter essas comparações prontas.
referência com o celular resetado ou não?
Uma boa recomendação para quem gosta da ideia de criar seu próprio banco de dados é sempre rodar o benchmarks depois de instalar todos os aplicativos que caracterizam o uso típico dos consumidores. Ou seja: depois do Instagram, Facebook, TikTok, aplicativos bancários e afins. Isso é recomendado porque o dispositivo de redefinição sempre funcionará melhor, mas esses resultados podem ser “bons demais para ser verdade”.
testes reais
além de aplicativos referência (como AnTuT e 3D Mark), é claro que mais testes reais são necessários. Por isso, recomendamos que você baixe jogos que estão na moda e tente realizar tarefas simultâneas em redes sociais e apps de streaming. Tudo isso ajudará a construir uma experiência mais completa. E isso resulta em uma crítica mais honesta e interessante para o público.
3. Testes de câmera
A câmera é um fator decisivo na hora de trocar de celular. As pessoas que não se importam com ela são exceções – sério! Por isso, talvez essa seja a etapa que mais exige atenção e dedicação dos analistas. Atenção para que os resultados sejam avaliados corretamente e dedicação para que os exames sejam realizados dessa forma são essenciais.
A maioria dos telefones celulares modernos possui várias lentes e você precisa aprender a usá-las em todas as suas capacidades; às vezes isso significa até adiar as provas para outro dia. Por exemplo: como avaliar a captura de cores da câmera de um smartphone em fotos tiradas em um dia nublado? Como avaliar a captura de luz no modo noturno sem simular várias iluminações? A dedicatória está aí!
Durante o teste, você também precisa usar todos os modos de foto (macro, amplo, longa exposição, etc.) e vídeo (câmera lenta, 4K, estabilizador) disponíveis. E é importante importar todos os documentos para outro dispositivo ao fazer a análise. Afinal, as pessoas não vão apenas compartilhar vídeos e fotos com pessoas que tenham o mesmo dispositivo – um que tenha a mesma tela e configurações.
4. Análise de qualidade de tela e recursos de mídia
Acabamos de citar que é bom levar os materiais multimídia para outro aparelho para que a análise não seja enviesada pela tela do celular avaliado. Até porque isto é ainda pior se estivermos a falar de um smartphone que tem um ecrã muito bom – parece contraditório, mas não é.
Mas agora vamos falar sobre a tela, especificamente. Você saberia quais são os aspectos que devem ser analisados durante a revisão da tela de um smartphone? Porque o essencial é:
- resolução;
- taxa de atualização;
- tipo de painel.
A primeira é a mais conhecida de todas e fala sobre a quantidade de pixels que serão mostrados. A segunda está sendo avaliada com mais profundidade mais recentemente, pois já existem vários aparelhos vindo com 90 Hz ou 120 Hz – e isso significa que as imagens têm mais fluidez.
O terceiro vai revelar se é um aparelho com tela IPS, AMOLED, Super AMOLED, Retina ou outra (e quem já está nisso há mais tempo sabe que foi preciso até dizer se as telas eram capacitivas ou resistivas) . Isso é importante porque dela depende toda a visualização da luminosidade (incluindo o conforto) e das cores. Claro, há mais coisas a se procurar em dispositivos dobráveis ou flexíveis, mas o básico para qualquer celular está lá em cima.
Como testar?
Além dos jogos usados para ver o desempenho do hardware, é importante usar aplicativos de streaming e até procurar vídeos específicos para testes de tela. Isso é essencial para ter impressões completas do resultado disponíveis.
5. Medição do desempenho da bateria
Dizemos que a câmera é fator decisivo para a compra, mas a bateria é fator decisivo para o usuário não jogar o celular na parede. Quanto tempo dura em uso normal? E quanto tempo dura em uso extremo? Tudo isso precisa ser testado várias vezes para que você tenha um resultado ainda mais confiável.
O sistema de cobrança também deve ser analisado, principalmente porque muitos fabricantes atualmente prometem recursos especiais para isso.
Há também algo muito legal: comparar o desempenho real com o que é prometido pelo fabricante. A marca diz que pode carregar 80% em 30 minutos? Veja se isso realmente acontece. Se acontecer: mostre! Se não, é bom deixar claro na resenha.
…..
Gostou de saber um pouco mais sobre esse assunto? Claro que existem etapas que podem ser seguidas, mas essas são as cinco etapas que não podem ser deixadas de lado. Se quiser mais dicas de como produzir conteúdo para internet, clique neste link e se inscreva gratuitamente na live que o Blog do Plástico de Engenharia está organizando para contar um pouco mais sobre essa jornada.
Última atualização em 3 de dezembro de 2022