PLP 109: relator torna voluntário acesso da ANP a notas fiscais

PLP 109 em foco: relator rejeita acordo da Fazenda e deixa acesso da ANP a notas fiscais voluntário, enfraquecendo a fiscalização.
PLP 109: relator torna voluntário acesso da ANP a notas fiscais
PLP 109: relator torna voluntário acesso da ANP a notas fiscais

O PLP 109 mantém o acesso da ANP às NF-e, NFC-e e CT-e como voluntário, atendendo ao sigilo fiscal defendido por Fazenda e Receita, mas reduzindo a velocidade e a cobertura da fiscalização de combustíveis. Operações Carbono Oculto e Poço de Lobato indicam fraudes como bionotas, triangulação e desvio de metanol. Hoje, a ANP cruza documentos, telemetria e rotas, porém depende de convênios e dados parciais. Na Câmara, CME e CFT ainda podem alterar o texto, enquanto a possível saída de Otto Alencar Filho ao TCE-BA afeta relatoria e calendário. Medidas discutidas incluem acordos setoriais, lotes diários de dados, logs, criptografia e auditoria independente para equilibrar combate a fraudes e proteção de dados.

PLP 109 virou peça-chave no tabuleiro: o relator manteve o acesso da ANP às notas fiscais como opcional — e a fiscalização pode sentir o baque. Quer entender o que mudou, quem pressionou e o que vem agora?

O que mudou no parecer do PLP 109 e por quê

O parecer do PLP 109 trocou o acesso da ANP por um modelo voluntário. As distribuidoras e postos passam a decidir se compartilham suas notas fiscais eletrônicas. Antes, a proposta discutia um fluxo amplo e automático de dados de NF-e, NFC-e e CT-e.

Como ficou o acesso a dados

  • Compartilhamento é opcional e formalizado por acordo específico com a ANP.
  • Sem obrigação de enviar NF-e, NFC-e e CT-e em tempo real.
  • A Receita sustenta o sigilo fiscal, proteção legal dos dados tributários.
  • A ANP usa bases públicas e informações enviadas de forma espontânea.

Na prática, a agência perde velocidade para rastrear rotas e cadeias de combustíveis. Fraudes ficam mais difíceis de detectar sem base completa e padronizada.

Por que o relator fez a mudança

  • Segurança jurídica e respeito ao sigilo fiscal previsto no CTN (Código Tributário Nacional).
  • Risco de judicialização por suposto acesso amplo e contínuo a dados sensíveis.
  • Custo tecnológico alto para integrar sistemas estaduais e federais em tempo real.
  • Pressão de setores do mercado, receosos de vazamentos e uso indevido de dados.

O Ministério da Fazenda defendia um modelo obrigatório com salvaguardas técnicas e legais. O relator rejeitou o acordo e manteve o compartilhamento como voluntário.

Impactos imediatos para fiscalização

  • Operações como Carbono Oculto podem perder alcance e rapidez nas apurações.
  • Rastreamento de caminhões-tanque depende mais de denúncias e auditorias locais.
  • Empresas que cooperam ganham previsibilidade e melhor relação com o regulador.
  • Sem base unificada, cresce o risco de sonegação e de “bionotas” (notas falsas em biocombustíveis).

O setor acompanha os próximos passos na Câmara e possíveis ajustes no texto. A disputa sobre dados de notas fiscais segue no centro do debate regulatório.

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Acesso às NF-e: voluntário x obrigatório na prática

Na prática, o acesso às NF-e (nota fiscal eletrônica) pode ser voluntário ou realmente obrigatório. Cada modelo muda custos, prazos e responsabilidades na fiscalização diária de combustíveis.

Diferenças principais

  • Voluntário: empresas decidem compartilhar dados e assinam acordo específico com a ANP.
  • Obrigatório: envio automático de notas fiscais eletrônicas em tempo real, com padrão técnico definido.
  • Voluntário: cobertura parcial, dados chegam atrasados e podem falhar em momentos críticos.
  • Obrigatório: base unificada amplia rastreio e cruza rotas, volumes e tributos devidos.
  • Voluntário: reduz risco jurídico, por respeitar estritamente o sigilo fiscal previsto em lei.
  • Obrigatório: exige salvaguardas técnicas, auditoria e trilhas de acesso para evitar abusos.

Efeitos no dia a dia

Para empresas, o modelo define rotinas, integrações e custos de tecnologia mensais. Para a fiscalização, muda a velocidade das análises e a confiabilidade dos alertas.

  • Postos e distribuidoras: com voluntário, enviam lotes periódicos; com obrigatório, fluxos contínuos.
  • ANP: com dados completos, identifica rotas suspeitas e “bionotas” com rapidez maior.
  • Receita e estados: mantêm o sigilo fiscal, proteção legal sobre dados tributários.
  • Empresas pequenas: evitam alto custo de integração, mas perdem previsibilidade regulatória plena.

Riscos e salvaguardas

Sigilo fiscal é a proteção legal dos dados tributários das empresas brasileiras. Compartilhamento amplo sem controles pode gerar vazamentos e litígios, com grande impacto.

  • Criptografia, perfis de acesso e logs detalhados reduzem riscos de uso indevido.
  • Acordos de cooperação definem finalidades, prazos, e responsabilidades por incidentes de dados.
  • Auditorias externas testam controles e validam o cumprimento das regras acordadas periodicamente.
  • Anonimização em análises reduz exposição, mantendo indicadores úteis para a fiscalização diária.

Exemplos práticos

Em cenário voluntário, uma distribuidora envia dados semanais de NF-e e CT-e. CT-e é o documento eletrônico do transporte de cargas no Brasil atual.

Auditor cruza volumes com postos e investiga só quando surgem sinais fortes. Em cenário obrigatório, o sistema alerta divergências de volumes quase em tempo real.

A ANP prioriza rotas suspeitas e age antes de grandes perdas fiscais.

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A posição da Fazenda e da Receita sobre o sigilo fiscal

A Fazenda e a Receita Federal defendem o sigilo fiscal como regra clara. O acesso a NF-e por outros órgãos precisa de base legal, finalidade definida e controles fortes.

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Base legal e limites

  • O CTN, Código Tributário Nacional, protege dados tributários e limita o uso.
  • Compartilhamento só ocorre quando a lei autoriza e descreve o propósito.
  • A LGPD exige minimização, necessidade e segurança em todo o processo.
  • Não vale “pesca probatória”, isto é, buscas amplas sem causa específica.

Como o compartilhamento pode ocorrer

  • Convênios e acordos definem dados, prazos, e responsabilidades de cada parte.
  • Preferência por dados agregados e indicadores; detalhe só quando for essencial.
  • Envio pode ser em lotes ou quase em tempo real, conforme risco e custo.
  • Pseudonimização remove identificadores diretos, mantendo padrões para análise.

Controles e transparência

  • Criptografia em trânsito e em repouso protege as notas fiscais eletrônicas.
  • Perfis de acesso, autenticação forte e múltiplos fatores reduzem abusos.
  • Trilhas de auditoria registram quem acessou, quando, e com qual motivo.
  • Avaliação de impacto mapeia riscos antes de criar novos fluxos de dados.
  • Planos de resposta tratam incidentes e notificam autoridades quando preciso.

Posição no PLP 109

  • A Fazenda aceitaria um modelo obrigatório com salvaguardas técnicas e legais.
  • A Receita alerta para risco jurídico em acesso amplo e contínuo sem base.
  • O relator manteve o compartilhamento voluntário no texto do PLP 109.
  • O objetivo segue claro: combater fraudes sem violar o sigilo fiscal.
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Por que a ANP quer dados de NF-e, NFC-e e CT-e

A ANP quer dados de NF-e, NFC-e e CT-e para mapear combustíveis. Com eles, detecta fraudes cedo e direciona fiscalizações com mais precisão.

Para que servem esses dados

  • Rastrear origem, rota e destino dos combustíveis em todo o país.
  • Cruzar volumes vendidos, transportados e recebidos, reduzindo brechas de sonegação.
  • Sinalizar bionotas e triangulação entre estados com imposto menor.
  • Apontar desvio de metanol e possíveis adulterações em misturas.
  • Verificar cumprimento de regras de biodiesel e qualidade na bomba.

O que cada documento traz

  • NF-e: venda entre empresas. Mostra produto, volume, valores e impostos.
  • NFC-e: venda ao consumidor. Indica quanto saiu na bomba do posto.
  • CT-e: transporte de carga. Registra rota, placa, remetente e destinatário.

Casos práticos de uso

  • Volume na NF-e não bate com a NFC-e do mesmo posto.
  • CT-e indica rota incomum por estados com tributação mais leve.
  • Série histórica mostra picos atípicos em bases específicas de distribuição.
  • Cruzamento com laudos de qualidade revela risco alto de adulteração.
  • Operações como Carbono Oculto ganham prioridade com painéis de risco.

Benefícios esperados

  • Alertas quase em tempo real reduzem perdas tributárias e ambientais.
  • Equipes de campo focam em alvos com maior risco comprovado.
  • Concorrência mais justa para empresas que cumprem regras fiscais.
  • Indicadores setoriais mais confiáveis para planejar inspeções e rotas.
  • No PLP 109, acesso voluntário limita alcance e velocidade das análises.

Cuidados com sigilo e segurança

  • Coleta mínima, finalidade clara e registro de todos os acessos.
  • Criptografia e autenticação forte protegem notas fiscais eletrônicas.
  • Anonimização em relatórios públicos reduz exposição de dados sensíveis.
  • Convênios definem prazos, perfis de acesso e responsabilidades legais.
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Operações Carbono Oculto e Poço de Lobato: sinais do mercado

As operações Carbono Oculto e Poço de Lobato revelam sinais claros do mercado. A fiscalização encontrou padrões de fraude, sonegação e rotas suspeitas. A ANP cruzou NF-e, NFC-e e CT-e com inspeções em campo.

Principais achados

  • Divergências entre NF-e, NFC-e e CT-e em volumes, destinos declarados e reais.
  • Triangulação interestadual para aproveitar imposto menor e confundir o rastreamento fiscal de rotas.
  • Uso de bionotas para acobertar volumes e criar créditos fiscais indevidos relevantes.
  • Desvio de metanol e solventes para mistura fora da especificação legal da ANP.
  • Empresas de fachada e redes de postos com administração compartilhada oculta entre grupos.
  • Cancelamentos em série de notas fiscais eletrônicas próximos de operações suspeitas logísticas.

Como funcionam as investigações

  • Cruzamento massivo de dados financeiros, rotas, placas e horários de entrega registrados.
  • Painéis de risco destacam outliers, picos e margens negativas persistentes de preço.
  • Coleta de amostras em tanques, com lacres e cadeia de custódia garantida.
  • Integração com secretarias fazendárias e forças policiais para ações conjuntas rápidas.
  • Auditorias em sistemas de faturamento e estoque, buscando registros inconsistentes, repetidos ou ausentes.

Sinais de alerta para o mercado

  • Margens abaixo do mercado por longos períodos sem justificativa plausível comercial.
  • Crescimento súbito de volume sem aumento de capacidade logística visível local.
  • Oscilações de estoque incompatíveis com entradas e saídas registradas no sistema fiscal.
  • CT-e sem lastro físico confirmado ou com rotas desnecessariamente extensas e custosas.
  • Cancelamentos frequentes de NF-e perto do fechamento de período fiscal mensal.
  • Teor de biodiesel no diesel B fora do padrão esperado local.
  • Vendas ao varejo que não batem com compras declaradas na NF-e mensal.

Efeitos regulatórios e econômicos

  • Pressão por padronização de dados e acesso claro para a ANP nacional.
  • Debate no PLP 109 sobre compartilhamento voluntário versus obrigatório setorial e jurídico.
  • Empresas ajustam compliance e controles internos para reduzir risco regulatório e penalidades.
  • Custos de integração tecnológica e auditoria crescem em ambientes mais exigentes de dados.
  • Concorrência desleal cai quando fraudes ficam caras e arriscadas para operar.

Boas práticas de compliance

  • Conciliação diária entre NF-e, NFC-e e CT-e, com alertas automáticos de divergência.
  • Monitoramento de rotas e lacres com telemetria e fotos de entrega validadas.
  • Segregação de funções em compra, venda e faturamento para evitar fraudes internas.
  • Testes de qualidade constantes e guarda de amostras por prazo definido regulatório.
  • Política de terceiros com due diligence, cláusulas anticorrupção e rastreabilidade contratual.
  • Simulações de fiscalização e resposta a incidentes com planos claros testados.
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Como a ANP rastreia rotas e caminhões-tanque hoje

Hoje, a ANP rastreia rotas e caminhões-tanque com dados e campo. O foco é cruzar documentos, telemetria e sinais de rota quase em tempo real.

Fontes de dados atuais

  • NF-e e NFC-e: notas fiscais eletrônicas de vendas entre empresas e ao consumidor.
  • CT-e: documento do transporte. Mostra rota, placa, remetente e destinatário.
  • GPS e telemetria de transportadoras, com localização e velocidade do veículo.
  • Praças de pedágio e câmeras OCR que leem placas nas principais vias.
  • Registros de terminais e bases, com saídas, chegadas e volumes carregados.
  • Convênios estaduais e dados enviados de forma espontânea por empresas.

Ferramentas e métodos

  • Geofences, áreas virtuais que disparam alerta ao sair da rota prevista.
  • Janela de entrega definida. Atrasos grandes acendem alerta de desvio.
  • Conferência de lacres e volumes na origem e no destino do caminhão.
  • Cruzamento entre CT-e e NF-e para validar quantidades e destinos.
  • Análise de rotas, tempo de viagem e paradas incomuns no percurso.

Indicadores de risco

  • Rotas mais longas sem motivo logístico claro ou econômico válido.
  • Paradas longas em locais não cadastrados pela cadeia de suprimento.
  • Divergência entre NF-e, NFC-e e CT-e em volumes e datas.
  • Cancelamentos repetidos de notas fiscais próximos de operações sensíveis.
  • Margar negativas persistentes que sugerem mistura ou sonegação de tributos.

Quando um alerta aparece

  • A equipe contata a empresa e pede documentos e registros logísticos.
  • Auditores analisam rota, lacres, comprovantes e fotos de entrega.
  • Fiscais vão a campo, coletam amostras e comparam densidade e teor.
  • Órgãos parceiros, como Receita e secretarias fazendárias, são acionados.
  • Em caso grave, pode haver interdição preventiva até a checagem final.

Limitações do modelo atual

  • Compartilhamento voluntário cria lacunas de cobertura e atrasos de dados.
  • Padrões diferentes entre estados dificultam integração rápida de informações.
  • Sigilo fiscal limita acesso amplo e exige finalidade bem definida.
  • Dependência maior de denúncias e de auditorias locais em áreas críticas.
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O impacto da decisão na fiscalização e no combate a fraudes

A decisão de manter o acesso voluntário muda o jogo da fiscalização. No PLP 109, a ANP perde velocidade e cobertura de dados. Sem NF-e em tempo real, alertas chegam tarde e perdem precisão. Operações como Carbono Oculto podem ficar mais curtas e menos profundas.

Como muda a fiscalização

  • Menos dados unificados atrasam cruzamentos entre NF-e, NFC-e e CT-e.
  • Rastreamento de rotas fica mais dependente de denúncias e auditorias locais.
  • Equipes gastam mais tempo pedindo documentos e validando lacres.
  • Ações com Receita e estados exigem mais convênios e prazos alinhados.

Efeitos na detecção de fraudes

  • Aumenta o risco de falsos negativos, quando a fraude passa despercebida.
  • Bionotas e triangulação ficam mais difíceis de flagrar sem base completa.
  • Desvios de metanol surgem só após testes e coletas em campo.
  • Cancelamentos em série passam sem alerta rápido e geram perdas fiscais.

Custos e compliance para empresas

  • Menos integração obrigatória reduz custo imediato de tecnologia e suporte.
  • Sem padrão comum, cada acordo cria exigências e prazos diferentes.
  • Quem coopera ganha previsibilidade e menor chance de autos de infração.
  • Controles internos fortes viram vantagem competitiva em fiscalizações frequentes.

Risco jurídico e segurança de dados

  • Sigilo fiscal segue protegido, com acesso ligado a finalidade clara.
  • Menos litígios por coleta ampla sem base legal explícita e válida.
  • Trilhas de acesso e auditorias continuam obrigatórias em todo convênio.
  • Criptografia e perfis de acesso reduzem vazamentos e usos indevidos.

Medidas mitigadoras possíveis

  • Acordos setoriais com escopo mínimo e metas de cobertura por segmento.
  • Envio em lotes diários de NF-e e CT-e para eventos críticos.
  • Dashboards de risco com dados agregados e anonimização consistente.
  • Pilotos regionais com envio quase em tempo real em áreas sensíveis.
  • KPIs públicos: tempo de resposta e taxa de acerto em operações.

Indicadores e métricas afetados

  • Cobertura de dados: percentual de notas recebidas por período definido.
  • Lead time de detecção: dias entre a emissão e o primeiro alerta.
  • Taxa de achados: auditorias com evidência clara de irregularidade.
  • Valor recuperado por ação: tributos e multas pagos após autuação.
  • Falsos positivos e negativos: alertas errados e fraudes não detectadas.
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Otto Alencar Filho: saída para o TCE-BA e efeitos na Câmara

A possível ida de Otto Alencar Filho ao TCE-BA mexe nas peças. Na Câmara, abre vaga, muda comissões e pode trocar a relatoria do PLP 109. O TCE-BA é o tribunal que fiscaliza gastos do estado da Bahia.

O que muda com a saída

  • A relatoria do PLP 109 pode ser redistribuída pela Presidência da comissão.
  • Prazos podem reabrir para emendas, ajustes técnicos e pedidos de vista.
  • Agenda de leitura e votação tende a atrasar por algumas sessões.
  • Negociações com bancadas recomeçam, com foco em pontos sensíveis de dados.

Efeitos nas comissões

  • Composição da CME e da CFT pode mudar com o suplente.
  • Maiorias apertadas ficam incertas em votações de destaques-chave.
  • Calendário de audiências públicas pode ser revisto pela nova relatoria.
  • Relatório pode ganhar ajustes sobre ANP e acesso a NF-e.

Votos e alinhamentos

  • O suplente do partido pode ter posição diferente sobre o texto.
  • Empresas e entidades retomam conversas para apresentar evidências e dados.
  • Bancadas regionais buscam garantir equilíbrio entre fiscalização e sigilo.
  • Pressões por salvaguardas crescem, como trilhas de acesso e auditoria.

Impacto no cronograma

  • Designação de novo relator pode levar dias ou algumas semanas.
  • Relatório pode sair em versão enxuta, priorizando consenso mínimo.
  • Se houver mudanças, o Plenário pode ficar para outro ciclo.
  • O governo revisa as prioridades para garantir quórum e apoio.

Pontos sensíveis no texto

  • Modelo de compartilhamento de dados: voluntário ou obrigatório com salvaguardas.
  • Definição de finalidade clara para uso de NF-e, NFC-e e CT-e.
  • Cláusulas sobre sigilo fiscal e proteção sob a LGPD.
  • Mecanismos de auditoria, logs e punição por uso indevido.

Sinais para o mercado

  • A incerteza aumenta, e planos de compliance ganham prioridade imediata.
  • Empresas mantêm trilhas de evidências e conciliação diária de notas.
  • Investidores olham prazos, risco regulatório e previsibilidade de regras.
  • Debate segue vivo: eficiência da fiscalização versus proteção de dados.
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A tramitação: CME, CFT, mudanças de relatores e próximos capítulos

A tramitação do PLP 109 passa pela CME e pela CFT. O texto pode mudar com novos relatores e negociações em curso entre bancadas.

Fluxo e etapas

  • A CME discute o mérito setorial e impacto regulatório sobre a ANP.
  • Há leitura do parecer, debate, e votação de emendas e destaques.
  • Pedido de vista suspende a análise por duas sessões, atrasando o calendário.
  • Aprovado na CME, segue para a CFT avaliar impactos fiscais e orçamentários.
  • Na CFT, o relator pode propor substitutivo ou ajustes pontuais ao relatório.
  • Depois das comissões, pode ir ao Plenário por urgência ou rito normal.

Mudanças de relatoria

  • Podem ocorrer por saída de membro, acordo político ou conflito de agenda.
  • Nova relatoria reabre negociações e pode reescrever trechos sensíveis do texto.
  • Prazo para emendas pode reiniciar, com novas sugestões de ajustes finos.
  • Votos mudam, e a correlação de forças nas comissões fica mais incerta.

Pontos em disputa

  • Acesso da ANP a NF-e, NFC-e e CT-e: voluntário ou obrigatório.
  • Sigilo fiscal e LGPD: finalidade clara, minimização e segurança dos dados.
  • Salvaguardas: logs de acesso, auditoria independente e criptografia ponta a ponta.
  • Convênios: escopo mínimo, prazos de retenção e canais para incidentes de dados.

Próximos capítulos possíveis

  • Acordo setorial mantendo modelo voluntário com metas de cobertura por segmento.
  • Regime de urgência para levar o projeto ao Plenário ainda neste ciclo.
  • Substitutivo de consenso com salvaguardas técnicas e legais mais explícitas.
  • Novas audiências públicas para ouvir ANP, Receita e representantes do setor.
  • Retirada de pauta para ajustes finais e alinhamento entre lideranças.

Calendário e sinais

  • Inclusão em pauta da CME é o primeiro termômetro do avanço real.
  • Relatório da CFT indica a leitura fiscal e possíveis travas orçamentárias.
  • Número de emendas e destaques mostra onde está a resistência maior.
  • Orientações de liderança e quórum sinalizam chance de votação imediata.

O que acompanhar

  • Versões do parecer, com comparativo entre regimes voluntário e obrigatório.
  • Cláusulas de finalidade para uso de notas fiscais eletrônicas.
  • Regras de auditoria, trilhas de acesso e punição por uso indevido.
  • Calendário de votação e eventuais mudanças de relatoria na última hora.
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Biodiesel, bionotas e desvio de metanol: o nó regulatório

O tema junta três dores: biodiesel, bionotas e metanol. Fraudes fiscais afetam preço, qualidade e receita pública. Isso pressiona a ANP, o fisco e toda a cadeia de combustíveis.

Como as bionotas operam

  • Notas fiscais frias simulam compras de biocombustível para gerar créditos.
  • Rotas passam por estados com imposto menor para mascarar tributos devidos.
  • Divergências entre NF-e, NFC-e e CT-e revelam volumes incompatíveis.
  • Cancelamentos em série ocorrem perto de datas sensíveis de apuração.

Desvio de metanol

  • Compra como solvente e uso irregular em mistura de combustíveis.
  • Preço muito baixo pode indicar diluição fora da especificação da ANP.
  • Rotas longas e paradas estranhas sugerem transbordo não autorizado.
  • Laudos de qualidade mostram teor anormal e densidade fora do padrão.

Impacto no biodiesel

  • O percentual obrigatório perde efetividade quando há diluição irregular.
  • Veículos sofrem com desgaste e falhas de desempenho na frota.
  • Empresas corretas enfrentam concorrência desleal e margem comprimida.
  • Arrecadação cai e reduz recursos para políticas públicas essenciais.

O que a ANP precisa

  • Acesso a NF-e, NFC-e e CT-e com finalidade definida.
  • Painéis de risco que cruzem rotas, volumes e preços de mercado.
  • Amostras em campo com cadeia de custódia e testes repetidos.
  • Convênios com Receita e estados para respostas rápidas e coordenadas.

Salvaguardas de sigilo fiscal

  • Coleta mínima e uso restrito ao combate a fraudes comprovadas.
  • Criptografia, perfis de acesso e logs auditáveis por órgão independente.
  • Anonimização em relatórios públicos para evitar exposição desnecessária.
  • Prazos de retenção claros e descarte seguro ao final.

Medidas práticas nas empresas

  • Conciliação diária entre notas e estoque com alertas automáticos.
  • Due diligence de fornecedores e rastreio de origem do biocombustível.
  • Balanço de massa por base e por rota, com tolerâncias transparentes.
  • Telemetria, lacres numerados e fotos de entrega com geolocalização.
  • Treinamento constante de times e procedimentos de resposta a incidentes.

Métricas de risco a monitorar

  • Margens negativas persistentes sem causa de mercado plausível.
  • Oscilações de estoque que não batem com entradas e saídas.
  • Cancelamentos de NF-e concentrados em janelas recorrentes.
  • Teor de biodiesel no diesel B abaixo do esperado em laudos.
  • CT-e com rotas longas e sem justificativa logística documentada.
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Conclusão

O debate do PLP 109 expõe um dilema conhecido e sensível. O acesso voluntário a NF-e, NFC-e e CT-e dá segurança jurídica. Mas reduz alcance e velocidade da fiscalização em combustíveis pela ANP. Sem base unificada, cruzamentos atrasam e alertas chegam tarde nas operações.

Existe um caminho do meio que já mostra resultados plausíveis. Convênios claros definem finalidade, escopo mínimo e responsabilidades de cada parte. Logs, criptografia e auditorias independentes mantêm o sigilo fiscal protegido. Envio em lotes diários reduz atrasos; pilotos quase em tempo real validam riscos. Assim, a ANP enfrenta bionotas e desvio de metanol com mais foco.

No Congresso, CME e CFT ainda podem ajustar trechos sensíveis do texto. A possível saída de Otto Alencar Filho mexe na relatoria e no calendário. Empresas não devem esperar; reforcem compliance, conciliação de notas e controle de rotas. Monitorem margens, estoques e cancelamentos, e guardem evidências para auditorias. Quem coopera tende a ganhar previsibilidade, menos risco e melhor relação regulatória.

Última atualização em 13 de dezembro de 2025

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