Ad’oro projeta 60% de crescimento até 2028 e R$ 4 bi com modernização que amplia eficiência e escala

Ad’oro projeta 60% de crescimento até 2028 e R$ 4 bi com modernização que amplia eficiência e escala

A Ad’oro Alimentos projeta crescer 60% até 2028 e alcançar R$ 4 bilhões em receita com um pacote de modernização industrial e expansão de capacidade que muda o ritmo do negócio. Em 2025, a companhia estima encerrar o ano com 310 mil toneladas de carne de frango abatida, com 95% do volume em cortes e 5% em frangos inteiros. A projeção inclui 165 mil toneladas em itens de maior valor agregado, como desossados, fatiados, porcionados, marinados e temperados. O plano envolve ampliar o abate anual de 95 milhões de aves em 2025 para 145 milhões em 2028, chegando a 540 mil aves por dia no fim do período, com foco no mercado interno e presença crescente no exterior.

Dados principais do plano até 2028

O desenho estratégico passa por três eixos: aumentar a capacidade de abate, acelerar o mix de produtos de maior valor e reforçar a base de suprimentos. Até 2028, a empresa projeta faturamento de R$ 4 bilhões, partindo de R$ 2,5 bilhões em 2025. Nesse intervalo, o volume anual de abate deve saltar de 95 milhões para 145 milhões de aves, com impacto direto na oferta diária, prevista para 540 mil aves no fim de 2028. O mix segue direcionado a cortes e especialidades, segmento que concentra margens mais elevadas e maior previsibilidade de demanda no varejo e no autosserviço.

Na indústria, a modernização contempla linhas IQF para congelamento individual, sistemas de inspeção por raio X para detecção de ossos e cartilagens, ampliação da desossa de peito e perna e novas linhas de peso padrão para padronizar gramaturas. No fomento, o plano eleva a produção de ração de 53 mil toneladas por mês em 2025 para 73 mil toneladas por mês em 2027, amplia a capacidade de armazenagem de grãos de 6 mil para 131 mil toneladas até agosto de 2026 e expande a incubação de ovos de 125 milhões em 2025 para 150 milhões em 2026. O investimento previsto para 2025 é de R$ 240 milhões.

Onde a empresa vende hoje e como pretende crescer

Em 2025, cerca de 90% da produção é direcionada ao mercado interno, com presença especialmente forte no estado de São Paulo. Os principais canais são o autosserviço, que representa 40% das vendas, o varejo, com 34%, distribuidores, com 10%, e o food service, com 6%. A estratégia para sustentar o crescimento passa por consolidar a liderança na praça paulista e ampliar a capilaridade nacional, sem perder produtividade logística e comercial. Isso requer padronização firme de cortes, previsibilidade de entrega e suporte de gelo e frio em toda a malha.

No exterior, as exportações correspondem a 10% do volume, com embarques para Chile, Argentina, África do Sul, Angola, Congo, Coreia, Vietnã e Espanha. O avanço internacional considera a competitividade cambial, a busca por cortes específicos e a aderência a exigências sanitárias e de padronização. Para os próximos ciclos, a prioridade segue no mercado paulista, mas a presença fora do país tende a ganhar fôlego conforme a nova capacidade industrial entre em operação e a empresa escale linhas de maior valor agregado com especificações sob medida por destino.

Mudanças na produção: do volume às especialidades

A fotografia do mix em 2025 mostra 95% do volume em cortes e 5% em frango inteiro, um reflexo da demanda do consumidor por praticidade e padronização de peso. Dentro dos cortes, a empresa destaca 165 mil toneladas de itens de maior valor agregado, como desossados, fatiados e porcionados, além de marinados e temperados. Esse grupo tende a ser a alavanca de margens no varejo e no autosserviço, onde a exposição em gôndola e a rotação de estoque pedem gramaturas consistentes, embalagens com boa leitura e prazos adequados de validade sob refrigeração ou congelamento.

A decisão de desenvolver, e não apenas vender, especialidades exige mais tecnologia de corte e inspeção, além de controle de temperatura e congelamento eficientes. Linhas IQF, por exemplo, ajudam a evitar blocos e perdas por aderência, facilitando a porção unitária e a montagem de kits. Sistemas de raio X reduzem o risco de retorno por detecção de ossos residuais e melhoram a reputação de qualidade percebida. Com isso, a empresa se posiciona para disputar não só espaço de volume, mas também a preferência em categorias que pagam melhor e exigem constância no padrão sensorial do produto final.

Cronograma de abate: de 73 milhões de aves (2023) a 145 milhões (2028)

Em 2023, a companhia abateu 73 milhões de aves. Para 2025, a previsão é alcançar 95 milhões. O plano para 2028 mira 145 milhões, o que implica um crescimento médio de cerca de 15% ao ano no período. Atingir esse patamar requer equilíbrio entre abate, capacidade de desossa, embalagem, estocagem e expedição. O gargalo migra rapidamente da sala de abate para as etapas de corte e porcionamento quando a estratégia privilegia artigos de maior valor agregado; por isso, as novas linhas e o reforço de inspeção são peças centrais do projeto industrial.

No horizonte de 2028, a meta de 540 mil aves por dia demanda planejamento fino de turnos, escala de manutenção e suprimentos. O plano também pressupõe adequação de infraestrutura térmica, como túneis e câmaras, além da logística de recebimento e expedição. A sincronização entre fábricas, incubatórios, fábricas de ração e integração com produtores parceiros deve minimizar variações de peso e disponibilidade, reduzindo paradas e mantendo os indicadores de rendimento dentro das faixas previstas no orçamento.

Tecnologia na planta: IQF, raio X e padronização de peso

A adoção de linhas IQF (congelamento individual) é um passo importante para elevar a participação de porcionados e itens prontos para preparo. O processo reduz formação de cristais grandes, preserva textura e favorece a separação de peças, o que facilita o manuseio em cozinhas domésticas e profissionais. Em paralelo, os sistemas de raio X ampliam a capacidade de detectar ossos e cartilagens remanescentes, mitigam devoluções e potencialmente reduzem reclamações no SAC, um fator que pesa na negociação com grandes redes e distribuidores regionais.

As novas linhas de peso padrão permitem entregar gramaturas mais estreitas por SKU, objetivo que conversa com a precificação por faixa e evita variações acentuadas de custo por pacote. Em itens desossados, pequenos desvios no peso unitário comprometem o custo por peça e podem afetar a margem do varejista. A padronização beneficia, ainda, a formação de lotes para exportação, na medida em que especificações por país costumam ser rígidas para cortes e apresentações. O conjunto dessas tecnologias, acoplado a um desenho logístico adequado, responde pela principal alavanca de qualidade percebida e fidelização.

A nova unidade de São Carlos (SP) no centro do plano

Em 2023, a Ad’oro adquiriu uma planta em São Carlos (SP). O ativo passa por modernização completa e deve alcançar 270 mil aves processadas por dia em 2028, mais que o dobro da capacidade atual. O papel dessa unidade é aliviar a pressão de volume nas demais fábricas, abrir espaço para linhas de especialidades e concentrar tecnologias de inspeção e congelamento mais recentes. O projeto prevê reconfigurar fluxos internos, reforçar áreas de desossa e ajustar a interface com embalagens e expedição refrigerada e congelada.

A localização em São Carlos cria eficiência para a distribuição no interior paulista e conexão com modais que atendem a Grande São Paulo e outros estados. A previsibilidade de 270 mil aves/dia em 2028, combinada com as demais unidades, desenha o mapa industrial necessário para crescer sem esticar demais os tempos de ciclo. A companhia indica que a modernização inclui atualizações de controle de processo, com mais sensoriamento em tempo real e rastreabilidade de lotes, facilitando decisões rápidas quando há desvios de rendimento ou ociosidade em alguma etapa.

Fomento e ração: base de volume para o abate previsto

O crescimento do abate exige disponibilidade de aves dentro das janelas de peso ideal. Para isso, a empresa projeta elevar a produção de ração de 53 mil toneladas por mês em 2025 para 73 mil toneladas por mês em 2027. O objetivo é reduzir dependências, ganhar previsibilidade de custos e melhorar a conversão alimentar por meio de fórmulas calibradas. Operações de ração com controle de umidade, granulometria e aditivos ajustados por fase contribuem para entregas mais homogêneas no abate e para a estabilidade do programa de produção.

Além do volume em si, a infraestrutura de ração passa a ter papel de sincronização com incubação e granjas, evitando picos e vales de oferta. Em um ambiente de expansão, o risco de desencontro entre lotes prontos para abate e janelas de disponibilidade de linha aumenta. Ao integrar suprimento de ração com a cadência de crescimento de aves, a empresa reduz a necessidade de ajustes de última hora, melhora a ocupação de turno e protege indicadores de rendimento de carcaça e cortes.

Armazenagem de grãos: de 6 mil para 131 mil toneladas até agosto de 2026

A capacidade de armazenagem de grãos deve saltar de 6 mil para 131 mil toneladas até agosto de 2026. Com isso, a empresa ganha espaço para aproveitar janelas de compra, reduzir custos logísticos e manter linhas de ração abastecidas com menos interrupções. Silos com maior capacidade permitem formar estoques táticos em períodos de colheita e proteger a operação contra atrasos de transporte. Em um plano de crescimento com metas diárias de abate, estoques robustos tendem a reduzir paradas e ajustes emergenciais nas dietas.

A expansão da armazenagem também simplifica o planejamento de manutenção, já que estufas e equipamentos de movimentação podem entrar em manutenção programada sem comprometer o fluxo de ração. Ao mesmo tempo, o controle de qualidade do grão, com amostragem constante e segregação por lote, sustenta a padronização das fórmulas. Em escala, pequenas variações de umidade ou impureza podem alterar a energia metabolizável das dietas; por isso, a infraestrutura de armazenagem é parte estruturante do orçamento de custos e da previsibilidade de margens.

Incubação e oferta: 125 milhões de ovos (2025) para 150 milhões (2026)

O volume de incubação de ovos deve passar de 125 milhões em 2025 para 150 milhões em 2026. Esse avanço antecipa o crescimento do abate projetado para os anos seguintes e cria colchão de oferta para lidar com eventuais variações de conversão ou mortalidade nas fases iniciais. A gestão de incubatórios com indicadores de eclodibilidade e uniformidade de pintos garante que os lotes cheguem às granjas dentro de intervalos estreitos de peso, facilitando a programação de abate e a alocação por linha de corte.

No curto prazo, a meta é estabilizar a oferta mensal de pintos para acompanhar a rampa de capacidade em fábrica. Em paralelo, a equipe técnica ajusta densidades e cronogramas de alojamento para atender as metas de peso ao abate e distribuição de cortes. Quanto mais disciplinado o programa de incubação, mais previsível fica a ocupação das linhas de desossa e porcionamento, que são, na prática, as etapas mais sensíveis para sustentar a participação de produtos de maior valor agregado no portfólio.

Logística e distribuição: frio, giro e previsibilidade de entrega

A distribuição de cortes refrigerados e congelados depende de rotas com alta confiabilidade. Ao ampliar a produção, a empresa precisa ajustar janelas de carregamento, dimensionar docas e garantir disponibilidade de carretas com controle de temperatura. Em mercados como a Grande São Paulo, a disputa por janela de entrega é intensa; por isso, planejamento de rotas, monitoramento de temperatura e comunicação proativa com clientes são fatores críticos para manter as gôndolas abastecidas e evitar perdas por validade.

Em itens IQF e porcionados, a previsibilidade de entrega pesa na negociação com redes e distribuidores regionais. Programas de entrega com slots fixos e confirmação de pedidos em D-1 ou D-2 reduzem rupturas e melhoram o giro. Para suportar a expansão, a malha logística deve receber ajustes graduais, alinhados à entrada de novas linhas. A consistência em OTIF (on time, in full) ajuda a capturar espaço adicional em prateleira e apoia o avanço do mix de maior valor por canal.

Canais de venda: autosserviço, varejo, distribuidores e food service

O autosserviço responde por 40% das vendas e tende a ser o grande beneficiado com a expansão de linhas de peso padrão e IQF, que simplificam a reposição e melhoram a leitura na gôndola. O varejo, com 34%, segue relevante, especialmente em banners regionais que trabalham mix amplo de cortes. Distribuidores, com 10%, atuam como ponte para mercados onde a presença direta ainda está em formação. Já o food service, com 6%, demanda regularidade de cortes e gramaturas que facilitem o controle de custo por porção nas cozinhas profissionais.

Para cada canal, a política comercial costuma ajustar prazos, volumes mínimos e portfólio. Em autosserviço, a negociação inclui nível de serviço e execução de ponto de venda. No varejo, especialmente o regional, a flexibilidade de sortimento por praça ganha peso. No food service, contratos com especificações rígidas e previsibilidade de entrega podem destravar volume incremental. A expansão industrial dá fôlego para customizar mix por cliente sem dispersar produção, desde que as linhas mantenham trocas rápidas e perdas controladas entre SKUs.

Exportações: destinos atuais e espaço para avançar selectivamente

As exportações representam 10% da produção em 2025, com embarques para Chile, Argentina, África do Sul, Angola, Congo, Coreia, Vietnã e Espanha. Cada destino tende a demandar cortes e apresentações específicas, o que reforça a importância das linhas de peso padrão e da inspeção por raio X. O crescimento fora do país deve ser seletivo, priorizando contratos que remunerem o investimento em padronização e mantenham estabilidade de volumes ao longo do ano, reduzindo sazonalidades mais acentuadas.

A decisão de ampliar exportações considera janela de câmbio, custos logísticos internacionais e exigências documentais. Ao avançar em especialidades, a empresa se posiciona para disputar nichos com maior valor por tonelada, sem depender exclusivamente de cortes commodity. Esse movimento combina com a estratégia de manter foco no mercado paulista, onde a marca é forte, ao mesmo tempo em que captura oportunidades em mercados com demanda consistente por itens padronizados e com baixa tolerância a desvios de qualidade.

Receita e investimentos: R$ 2,5 bilhões (2025) para R$ 4 bilhões (2028)

A projeção financeira prevê R$ 2,5 bilhões de faturamento em 2025 e R$ 4 bilhões em 2028. O incremento vem de volume adicional e da maior participação de produtos de valor agregado. Em paralelo, a modernização industrial tem potencial de reduzir perdas de rendimento, melhorar a eficiência energética por tonelada processada e diminuir retrabalho em inspeção e corte. Esses ganhos tendem a se refletir em margens mais estáveis, especialmente nos canais em que o sortimento de especialidades é mais relevante para a decisão de compra do cliente final.

Para sustentar a expansão, o plano prevê cerca de R$ 240 milhões em investimentos em 2025. Os recursos se concentram na atualização da planta de São Carlos, em novas linhas de corte e porcionamento, em inspeção e na ampliação de infraestrutura de frio e armazenagem. Em fomento, a elevação da capacidade de ração e de estocagem de grãos absorve parcela relevante do orçamento, por serem itens diretamente conectados à segurança de suprimentos e à estabilidade de custos em períodos de maior volatilidade de preço de insumos.

Métricas industriais: o que acompanhar para medir a execução do plano

A execução de um plano desse porte costuma ser acompanhada por indicadores-chave. Entre eles, ocupação de linha, OEE (eficiência global do equipamento), rendimento de cortes, índice de retrabalho, perdas por desvio de gramatura e taxa de reclamações por milhão de unidades (PPM). Nos itens de maior valor agregado, a consistência de gramaturas e a estabilidade de textura após descongelamento são determinantes para recompra. Em logística, OTIF e temperatura média durante o transporte reforçam a qualidade percebida nos canais de autosserviço e varejo.

No fomento, indicadores de conversão alimentar, taxa de crescimento diário e uniformidade por lote ajudam a antecipar ajustes na programação de abate. Já em incubação, eclodibilidade e uniformidade de pintos influenciam diretamente a previsibilidade de peso na chegada à planta. Monitorar esses dados em cadência semanal permite redistribuir lotes e evitar picos de ociosidade ou sobrecarga em desossa e porcionamento, etapas mais sensíveis quando a empresa aposta em expandir categorias de maior valor no portfólio.

Como a tecnologia IQF se traduz em ganho prático na operação

O IQF congela peças individualmente em tunelamento com ar frio, evitando blocos compactos. Na prática, isso permite montar pacotes com porções fracionadas e facilita a vida do consumidor e do comprador profissional que busca porções previsíveis. Para a fábrica, o ganho está na redução de perdas por quebra e na melhor separação de itens por peso, o que encurta o tempo de reprocesso. Em mercados de exportação, o IQF melhora o aspecto do produto na abertura da embalagem e reduz depreciação pela formação de cristais grandes na superfície.

Outra vantagem do IQF é a flexibilidade de produção. Com peças soltas, a empresa pode compor kits e combos com maior agilidade, adaptando o mix a campanhas comerciais sem necessidade de longas paradas de linha. Para o varejista, a apresentação consistente abre espaço para precificação por faixa e melhora a experiência de compra, fatores que, somados, tendem a sustentar margens mais saudáveis ao longo do ano. Esse ciclo virtuoso apoia a meta de crescer o faturamento ao mesmo tempo em que se consolida a imagem de qualidade e padronização.

Sistemas de raio X: impacto direto em qualidade e retrabalho

Os sistemas de inspeção por raio X atuam como uma barreira adicional para identificar ossos ou cartilagens residuais em cortes desossados. Ao detectar desvios, a linha pode direcionar a peça para retrabalho imediato, evitando que chegue ao cliente final. Isso reduz custos de atendimento, devoluções e riscos de perdas comerciais. Em contratos com grandes redes, indicadores de qualidade consistentes costumam abrir portas para negociações de espaço e sortimento mais amplo em gôndola, o que é estratégico para itens de maior valor agregado.

Na perspectiva de eficiência, menos retrabalho e menos devoluções aliviam a carga sobre áreas de reprocesso e expedição, liberando capacidade para itens com especificações mais exigentes. Em um cenário de expansão de volume, evitar gargalos em inspeção e retrabalho é essencial para cumprir cronogramas e metas de OTIF. A combinação de IQF, raio X e linhas de peso padrão forma um tripé técnico para sustentar o crescimento planejado até 2028 sem comprometer a experiência do cliente.

Linha do tempo: marcos entre 2023 e 2028

Entre 2023 e 2028, o plano avança por marcos claros. Em 2023, a empresa adquiriu a planta de São Carlos (SP). Em 2025, projeta 310 mil toneladas de produção e 95 milhões de aves abatidas, com R$ 2,5 bilhões em faturamento. Em 2026, a incubação prevista chega a 150 milhões de ovos, e a capacidade de armazenagem de grãos deve alcançar 131 mil toneladas até agosto, reforçando o suprimento para as fábricas de ração. Em 2027, a produção mensal de ração deve atingir 73 mil toneladas, preparando o salto de capacidade do ano seguinte.

O objetivo para 2028 é processar 145 milhões de aves no ano e atingir 540 mil aves por dia, com a unidade de São Carlos chegando a 270 mil aves/dia. Nesse horizonte, a empresa mira R$ 4 bilhões em faturamento, sustentados pelo mix com mais especialidades e por maior eficiência industrial. O encadeamento desses marcos reduz o risco de descompasso entre abate, corte e porcionamento, garantindo que o crescimento venha acompanhado de qualidade, padronização e regularidade de entrega para clientes no Brasil e no exterior.

  • 2023: aquisição da planta de São Carlos (SP).
  • 2025: 310 mil toneladas de produção e 95 milhões de aves; faturamento projetado de R$ 2,5 bilhões; investimentos de cerca de R$ 240 milhões.
  • 2026: incubação de 150 milhões de ovos; armazenagem de grãos atinge 131 mil toneladas até agosto.
  • 2027: produção de ração sobe para 73 mil toneladas por mês.
  • 2028: 145 milhões de aves/ano; 540 mil aves/dia; São Carlos com 270 mil aves/dia; faturamento previsto de R$ 4 bilhões.

Riscos e variáveis: o que pode mexer com ritmo e margens

Planos de expansão desse porte costumam conviver com variáveis como preço de grãos, câmbio, disponibilidade de mão de obra qualificada e prazos de entrega de equipamentos. Insumos mais caros comprimem margens e exigem ajustes finos nas fórmulas de ração e no mix por canal. No câmbio, a volatilidade pode alterar a competitividade de exportações e o custo de componentes importados. Em paralelo, cronogramas de montagem e comissionamento de linhas exigem margem de segurança para absorver atrasos de fornecedores sem interromper a produção corrente.

No campo industrial, indicadores como rendimento de corte e perda por desvio de gramatura ganham relevância conforme o portfólio migra para especialidades. A disciplina de manutenção preventiva e a capacitação de operadores reduzem paradas e falhas de inspeção. Em comércio, a execução em loja, o giro e o controle de validade são determinantes para consolidar o sortimento ampliado. A leitura desses sinais, semana a semana, ajuda a recalibrar o ritmo de ramp-up e a proteger o plano financeiro até 2028.

O que muda para o consumidor: padronização e praticidade na rotina

Para o consumidor final, o avanço de linhas com peso padrão, cortes desossados e porções IQF significa preparo mais previsível e menor desperdício em casa. Embalagens com gramaturas consistentes ajudam no planejamento de compras e receitas, enquanto o congelamento individual facilita o uso de apenas o necessário para cada refeição. Em um cenário de tempo escasso e busca por praticidade, a disponibilidade de itens prontos para porcionamento tende a acelerar a rotação nas gôndolas e reforçar a preferência pela marca nas reposições semanais.

Nos canais profissionais, a regularidade do corte e da gramatura simplifica fichas técnicas e controle de custo por prato, reduzindo variabilidade em cozinhas de rede. A previsibilidade de textura após descongelamento, suportada por IQF e inspeção consistente, contribui para padronizar a experiência de quem consome fora de casa. Esse conjunto de fatores, quando sustentado por entregas no prazo, tende a consolidar o espaço dos produtos de maior valor agregado dentro do mix comprado por varejistas e operadores de alimentação.

Cadeia de suprimentos: fornecedores alinhados ao novo ritmo

O aumento de capacidade industrial exige fornecedores preparados para volumes maiores e prazos mais justos. Isso vale para matérias-primas de ração, embalagens, equipamentos de frio e serviços técnicos. A coordenação com parceiros logísticos, por exemplo, precisa antecipar picos de entrega do varejo e períodos de maior demanda em promoções. Ao mesmo tempo, contratos com cláusulas de desempenho e planos de contingência aceleram a reação quando algum elo da cadeia apresenta restrições de oferta ou falhas operacionais.

Na prática, a empresa busca reduzir surpresas com planejamento de compras por janela, estoques táticos de itens críticos e comunicação contínua de demanda prevista. A expansão da armazenagem de grãos até agosto de 2026 funciona como suporte a esse desenho, ao lado dos investimentos em ração. Ao alongar o horizonte de cobertura de insumos estratégicos, a companhia diminui a sensibilidade a oscilações pontuais e protege prazos de entrega para clientes estratégicos em São Paulo e outros mercados.

Treinamento e rotina de fábrica: pessoas no centro da virada de mix

Equipamentos novos pedem operadores qualificados e rotinas claras. A migração para mais especialidades intensifica a exigência de habilidade manual em desossa, atenção a detalhes e disciplina de registros. Treinamentos em segurança, ajuste fino de máquinas, manuseio de produto e leitura de telas de inspeção por raio X tornam-se recorrentes. A combinação de novos padrões de trabalho com manutenção preventiva tende a reduzir variações de rendimento e a sustentar a meta de elevar a participação de itens de maior valor agregado na receita total até 2028.

Em ambientes de ramp-up, turnos extras e trocas frequentes de SKU são comuns. Nesses casos, práticas de setup rápido, checklists objetivos e acompanhamento de perdas por troca de produto ajudam a preservar a eficiência. Em paralelo, o reforço de liderança de turno e a medição de indicadores visuais no piso de fábrica aumentam a capacidade de resposta a desvios. Essa abordagem operacional é o que transforma investimentos em capacidade em resultado consistente no portfólio.

A presença em São Paulo e a expansão para outros mercados

O foco no estado de São Paulo é estratégico. Trata-se do maior mercado consumidor do país, com forte presença de redes de varejo e autosserviço que demandam padronização e nível de serviço elevado. A proximidade com centros de distribuição e a alta densidade de pontos de venda permitem otimizar rotas e reduzir lead time entre pedido e entrega. Esse desenho operacional favorece o giro rápido de especialidades e ajuda a consolidar a marca no carrinho de compra semanal do consumidor paulista.

Ao mesmo tempo, a empresa sinaliza avanço em outros estados e no exterior. O caminho passa por ganhar escala sem dispersar a operação, preservando a previsibilidade de entrega e a consistência de qualidade. Em exportação, o direcionamento é seletivo e conectado a contratos que valorizem a padronização e as especificações técnicas das novas linhas. No Brasil, a expansão considera a capacidade dos parceiros regionais em execução de loja e reposição, pontos decisivos para sustentar o sortimento ampliado nas gôndolas.

A imagem do plano em um clique

O avanço do projeto industrial aparece também no registro visual das linhas. Abaixo, uma imagem da operação, elemento que ajuda a ilustrar a combinação entre volume e tecnologia nas áreas de corte, inspeção e porcionamento. Esses ambientes estão no centro do plano, pois concentram a transformação de carcaças em itens com gramatura previsível e prontos para exposição no varejo e no autosserviço. A leitura do cenário físico ajuda a entender as prioridades de investimento até 2028.

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Ad’oro projeta 60% de crescimento até 2028 e R$ 4 bi com modernização que amplia eficiência e escala 7

A imagem reforça o eixo do projeto: ampliar e sofisticar a etapa de transformação que viabiliza produtos de maior valor agregado, mantendo cadência diária mesmo com a meta de 540 mil aves/dia até 2028. Em linhas com IQF e inspeção por raio X, a disposição física de equipamentos e pessoas segue fluxos que reduzem reprocessos, evitam cruzamentos e melhoram a ergonomia, elementos que pesam no rendimento e na qualidade final percebida pelo consumidor.

Perguntas rápidas sobre o plano e suas entregas essenciais

O que explica o salto de receita até 2028? Combinação de mais volume de abate, maior participação de especialidades no mix e ganhos de eficiência industrial, com menos retrabalho e perdas. O reforço de armazenagem de grãos e de produção de ração também contribui ao reduzir custos e variações de suprimento. A meta é sair de R$ 2,5 bilhões em 2025 para R$ 4 bilhões em 2028, acompanhando a evolução para 145 milhões de aves ao ano.

Qual o papel de São Carlos? A planta de São Carlos (SP) passa a ser um polo da modernização, com 270 mil aves/dia previstas para 2028. O site recebe novas linhas de desossa, porcionamento, IQF e inspeção por raio X, além de ajustes em embalagens e expedição para suportar o portfólio de especialidades. Ao distribuir o volume adicional, São Carlos reduz pressão nas outras plantas e dá agilidade às trocas de SKU.

Como a expansão afeta o dia a dia do varejo e do autosserviço

Com mais linhas de peso padrão e IQF, o sortimento nas gôndolas tende a ganhar previsibilidade. Para o varejo, isso significa reposição mais rápida, melhor organização de categoria e menor quebra por descongelamento impróprio. Para o autosserviço, o apelo está na conveniência de porções prontas e na regularidade de textura, fatores que impulsionam a recompra. O aumento de escala dá espaço a formatos de embalagem adequados a cada canal, preservando exposição e rentabilidade por metro de gôndola.

A execução em loja segue decisiva. Materiais de comunicação e planogramas padronizados ajudam a dar visibilidade aos itens de maior valor agregado. A consistência de entrega e o cumprimento de janelas combinadas se tornam argumentos comerciais para ampliar a presença de SKUs, o que retroalimenta o crescimento do mix com melhor remuneração e estabilidade de giro ao longo do ano.

Próximos marcos internos para acompanhar até 2028

Até agosto de 2026, a ampliação da armazenagem de grãos para 131 mil toneladas é um ponto-chave de suporte ao plano. Em 2026, a meta de 150 milhões de ovos incubados dá visibilidade ao volume que chegará às linhas de abate em 2027 e 2028. No mesmo período, a produção de ração deve subir para 73 mil toneladas mensais em 2027, reforçando o abastecimento das granjas e a qualidade dos lotes destinados ao abate.

Em 2028, a referência passa a ser a estabilidade diária de 540 mil aves processadas, com São Carlos atingindo 270 mil aves/dia. A validação desse patamar envolve manutenção da regularidade de entrega e consistência de indicadores de qualidade em cortes desossados, porcionados e IQF. O foco recai sobre manter o ritmo de linha sem comprometer a padronização que sustenta margens e reputação junto aos principais canais de venda.



Última atualização em 12 de outubro de 2025

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