Plug Power e GH2 querem destravar demanda de hidrogênio no Brasil ao substituir diesel e baterias

Plug Power e GH2 querem destravar demanda de hidrogênio no Brasil ao substituir diesel e baterias

A norte-americana Plug Power e a brasileira GH2 Global fecharam uma parceria para acelerar o uso de hidrogênio em motores com células a combustível no Brasil. A proposta é substituir diesel, baterias de chumbo-ácido, GNL e gás natural em frotas logísticas, empilhadeiras e aplicações industriais. O plano prevê hubs de produção e abastecimento, com oferta integrada de equipamentos, combustível, assistência técnica e serviços de operação em campo.

Segundo executivos das empresas, a estratégia replica modelos já utilizados nos Estados Unidos e na Europa. A Plug Power opera três plantas de hidrogênio produzido por eletrólise em território americano e fornece soluções de célula a combustível para grandes redes, como Amazon e Walmart. O Walmart, por exemplo, utiliza mais de 19 mil motores a célula a combustível em centros de distribuição, o que serve como referência para a expansão do mesmo modelo em território brasileiro.

A GH2 nasceu em 2024 como afiliada da Gali Energia e quer atuar como integradora local. A ambição é formar uma cadeia completa: produção de hidrogênio, liquefação ou compressão, transporte rodoviário, armazenamento em bases regionais, estações de abastecimento e contratos de fornecimento para clientes de grande porte. Em paralelo, a parceria mira projetos-piloto com empresas de logística, indústria pesada e operações portuárias, com cronograma de implantação faseado para reduzir riscos e facilitar a adoção.

O que muda com a parceria

O acordo busca destravar a demanda por hidrogênio no país ao oferecer um “pacote completo”, do fornecimento de combustível aos equipamentos que o utilizam. Em vez de pilotos isolados, a meta é criar hubs capazes de atender múltiplos clientes em um raio regional pré-definido, reduzindo custos logísticos e garantindo disponibilidade. A viabilidade tende a aumentar quando um mesmo polo reúne armazéns, indústrias e operadores de frota que compartilham a infraestrutura de abastecimento.

Para as empresas, o diferencial é a integração. A Plug Power já atua com produção, liquefação, distribuição e equipamentos de célula a combustível em larga escala. A GH2, por sua vez, pretende adaptar o modelo ao contexto brasileiro, articulando fornecedores de energia, prestadores de serviço, fabricantes de tanques e transportadores especializados, além de treinamento de equipes de manutenção e operação.

Como funciona o “ecossistema de hidrogênio” proposto

O ecossistema integra produção, logística e uso final. A produção pode ocorrer por eletrólise da água em plantas dedicadas, com compressão ou liquefação do hidrogênio, conforme a rota logística e o perfil de consumo. Em seguida, o produto é transportado por caminhões até bases regionais, onde é armazenado em tanques criogênicos (no caso do líquido) ou em módulos de alta pressão (no caso do gás). A partir dessas bases, o abastecimento atende estações fixas ou móveis instaladas nos clientes.

No lado do uso, empilhadeiras, rebocadores de pátio e veículos especializados recebem módulos de célula a combustível acoplados a cilindros. O reabastecimento é rápido e padronizado, o que reduz paradas e simplifica a gestão de turnos. Em operações com alta intensidade de uso, como centros de distribuição e terminais portuários, a troca de cilindros ou o enchimento direto ocorre em poucos minutos, com controle de dados telemétricos para planejamento de manutenção e acompanhamento de consumo por equipamento.

Caso de referência: operações em centros de distribuição

Nos Estados Unidos, cadeias varejistas operam empilhadeiras com célula a combustível em larga escala. O objetivo é garantir disponibilidade ao longo de turnos contínuos, sem necessidade de trocas frequentes de baterias ou áreas extensas para salas de carregamento. Em vez de manter múltiplas baterias por equipamento, o modelo concentra o esforço em estações de abastecimento, monitoradas por software para prever janelas de reabastecimento e intervenções técnicas, aumentando o tempo de máquina em operação.

No Brasil, o público-alvo inclui operadores logísticos, supermercados, indústrias de alimentos e bebidas e e-commerce. O desenho típico começa com um contrato de fornecimento firmando volumes mínimos mensais, acompanhado de metas de desempenho. A partir desse contrato, dimensionam-se tanques, bombas, compressores, linhas de abastecimento e número de bicos, além de módulos de célula a combustível compatíveis com as empilhadeiras da frota. A padronização permite replicar a solução de um centro para outro, encurtando prazos de implantação.

Aplicações prioritárias e perfil de consumo no Brasil

A parceria mira cargas horárias elevadas e previsíveis, em que o abastecimento rápido gera ganhos na produtividade. São exemplos: operações em armazéns refrigerados, terminais retroportuários, áreas industriais com deslocamentos repetitivos e plantas que utilizam trens internos de pátio. Nesses ambientes, o planejamento de abastecimento é facilitado, pois a frota costuma rodar em rotas definidas, com janelas claras para paradas programadas.

Outro alvo são operações off-road com exigência de autonomia e potência constantes, como mineração leve, movimentação de bobinas e chapas, cimenteiras e siderúrgicas. Nessas aplicações, a célula a combustível ajuda a manter o desempenho ao longo do turno, reduzindo perdas de produtividade associadas a quedas de tensão em baterias em final de carga. A oferta integrada busca incluir estoque de sobressalentes, assistência técnica local e contratos de disponibilidade para cumprir acordos de nível de serviço.

Célula a combustível, baterias e diesel: comparação operacional

A decisão entre célula a combustível, baterias e diesel depende do perfil de uso, da infraestrutura disponível e do horizonte de custos. Em turnos intensos e contínuos, o abastecimento rápido da célula a combustível reduz paradas e simplifica a logística de pátio. Em aplicações com janelas longas de recarga e menor intensidade, a eletrificação por bateria pode atender bem, especialmente quando há espaço e disponibilidade elétrica para carregadores. O diesel permanece como referência em rotas externas longas e em áreas remotas, onde a cadeia de suprimento já está madura.

Para orientar decisões, gestores observam pontos-chave como tempo de reabastecimento, disponibilidade energética ao longo do turno, espaço físico para infraestrutura e custo total de propriedade. A célula a combustível reduz a necessidade de múltiplos packs por veículo e libera áreas antes reservadas para salas de carregamento. Por outro lado, requer tanques, compressores, bicos de abastecimento e treinamento específico. O diesel tem rede ampla e peças acessíveis, porém envolve manutenções frequentes no trem de força e janelas de parada programada.

  • Tempo de abastecimento: célula a combustível tende a ser rápida; baterias exigem recargas mais longas; diesel também é rápido, mas com rotina de manutenção distinta.
  • Autonomia e desempenho: célula a combustível mantém a entrega de potência até a próxima parada; baterias podem ter queda de desempenho no fim do ciclo; diesel preserva a autonomia com tanques maiores.
  • Infraestrutura: célula a combustível requer estações e tanques; baterias demandam rede elétrica reforçada e salas de carregamento; diesel precisa de tancagem, linhas e área segura para abastecimento.
  • Gestão de frota: célula a combustível permite telemetria integrada ao consumo; baterias pedem controle de ciclos e temperatura; diesel requer monitoramento de lubrificação e filtros.

Modelo “tudo em um”: do combustível ao serviço em campo

A Plug Power informa que migrou de fornecedora de componentes para uma proposta integrada, que inclui produção de hidrogênio, liquefação, transporte, equipamentos de célula a combustível e serviços de operação. A GH2 pretende complementar essa cadeia no Brasil, contratando parceiros locais para instalação, manutenção e logística. Para o cliente final, isso se traduz em um único contrato com metas de desempenho, prazos de atendimento e penalidades por indisponibilidade, reduzindo a necessidade de coordenar múltiplos fornecedores.

A integração facilita a expansão por módulos. Um armazém pode começar com uma estação de abastecimento móvel atendendo poucos veículos e, conforme o consumo cresce, avançar para um skid fixo com maior capacidade. A mesma lógica vale para plantas industriais e terminais de contêineres, onde a operação se inicia em setores específicos e escala para todo o site. O dimensionamento considera volume diário, picos de demanda, número de bicos e janelas de manutenção preventiva, com redundância para não interromper turnos.

Perguntas frequentes de quem avalia a migração para hidrogênio

Quanto tempo leva para abastecer? Em operações típicas de empilhadeiras, o procedimento é feito em poucos minutos, com rotinas de segurança específicas e verificação dos sistemas do veículo. O agendamento considera picos entre a troca de turnos, com filas curtas e cobertura de bicos suficiente para não travar o fluxo. O software de gestão gera alertas quando o consumo supera a média e prevê paradas em horários de menor impacto.

Como dimensionar a estação? O projeto avalia o consumo por equipamento, a quantidade de turnos, a distância entre pátios e a disponibilidade logística para reposição do estoque. A partir desses dados, define-se a capacidade de tanques, compressores, bombas e número de bicos. O layout obedece afastamentos e zonas de segurança, com sinalização e barreiras físicas, mantendo o acesso para caminhões-tanque e rotas de manutenção. Redundância parcial garante continuidade em caso de intervenção.

Passo a passo para implantar um hub de abastecimento regional

Primeiro, define-se o raio de atendimento e os clientes-âncora, que assinam contratos de consumo mínimo. Com a demanda agrupada, escolhe-se o local do hub com base em acesso rodoviário, disponibilidade de utilidades, espaço para tanques e facilidade de expansão. Na sequência, procede-se ao projeto executivo, que dimensiona capacidade de armazenamento, compressão, linhas, válvulas, instrumentos e bicos, além de áreas de circulação, sinalização e controle de acesso. O cronograma prevê marcos de obra civil, montagem e comissionamento.

Depois do comissionamento, vêm os testes com frota piloto e a coleta de dados de consumo, que ajustam o planejamento de reposição e a programação de caminhões-tanque. O contrato de operação indica janelas de manutenção, inspeções periódicas e indicadores de desempenho. Em paralelo, equipes de segurança são treinadas em procedimentos de rotina e contingência, com simulações e checklists. Ao atingir estabilidade, o hub pode adicionar novos clientes no mesmo raio, diluindo custos fixos e acelerando a curva de aprendizado.

Cadeia de suprimentos: equipamentos, logística e manutenção

A implantação demanda um conjunto de equipamentos: eletrolisadores em plantas de produção, sistemas de liquefação ou compressores, tanques criogênicos ou módulos de alta pressão, válvulas, sensores, painéis de controle e bicos padronizados. No lado do usuário, as empilhadeiras e veículos recebem módulos de célula a combustível compatíveis com o chassi, com integração aos sistemas de telemetria já existentes. O fornecimento de peças de reposição e a disponibilidade de técnicos treinados são pontos críticos para manter a frota em operação sem interrupções.

A logística inclui o transporte do hidrogênio por caminhões, com rotas programadas para coincidir com os níveis de estoque e as janelas de menor movimento nas bases e nos clientes. A agenda de manutenções preventivas evita paradas em horários de pico, e a política de sobressalentes estabelece mínimos para itens como válvulas, mangueiras, filtros e sensores. Softwares de manutenção preditiva analisam dados de pressão, temperatura, vazão e vibração para antecipar intervenções, reduzindo ocorrências corretivas durante turnos críticos.

Custos e contratos: como fechar a conta para o cliente final

O custo total envolve três blocos principais: investimento na estação (CAPEX), preço do combustível entregue e serviços de operação e manutenção. No CAPEX, entram tanques, compressores, bombas, linhas, bicos, sistemas de controle e obras civis. O preço do combustível reflete a rota de produção, liquefação ou compressão, logística e taxas de armazenamento. Já o serviço cobre técnicos de campo, peças, inspeções periódicas e garantia de disponibilidade. Contratos mais longos tendem a reduzir o custo unitário, pois diluem investimentos e permitem planejamento de compras em maior escala.

Para o cliente, a comparação com alternativas considera produtividade por hora, custo de parada e espaço ocupado por infraestrutura. A célula a combustível costuma liberar áreas antes usadas para salas de carregamento, o que pode abrir espaço para novas docas, esteiras ou ampliação de estocagem. Em contrapartida, a estação de abastecimento exige terreno dedicado, recuos e fluxo de caminhões. A decisão final leva em conta metas de disponibilidade, perfil de demanda e a capacidade de crescer sem obras grandes a cada expansão de frota.

Treinamento, segurança operacional e rotinas de inspeção

Operadores e equipes de manutenção passam por treinamento prático, com foco em manuseio de bicos, verificação de estanqueidade, leitura de instrumentos e procedimentos de parada segura. A rotina inclui checklists antes e depois do abastecimento, inspeção visual de mangueiras e conexões e testes periódicos de sensores. As áreas são sinalizadas com instruções objetivas, e o acesso é controlado para evitar circulação indevida durante o abastecimento. Simulações periódicas reforçam a resposta a cenários de contingência, com papéis e responsabilidades claramente definidos.

Nos veículos, o plano de manutenção considera filtros, refrigeração da pilha, controle de umidade e vistorias de sistema elétrico. A telemetria consolida consumo por veículo, horas de operação e alertas de falha, facilitando a gestão da frota. Em hubs regionais, equipes de prontidão atendem chamados em janelas predefinidas, com metas de tempo de resposta e solução definitiva. O pacote de serviço pode incluir empréstimo de módulos durante intervenções maiores, evitando indisponibilidade da operação.

Integração com TI e indicadores de desempenho (KPIs)

A digitalização é central para o controle de custos e a tomada de decisão. Sistemas de gestão monitoram estoque, consumo por filial, hora de pico de abastecimento e eficiência por turno. Com esses dados, é possível sincronizar a chegada de caminhões-tanque ao nível de consumo real, evitando excesso de estoque parado e minimizando risco de indisponibilidade. Painéis consolidados exibem alertas sobre desvios e orientam ajustes na operação, como a redistribuição de bicos entre áreas com maior demanda no mesmo site.

Do lado da frota, os relatórios ajudam a comparar modelos de empilhadeira e calibrar parâmetros de uso, como limites para acionamento de alertas de recarga e janelas ideais de abastecimento. Esses indicadores alimentam reuniões periódicas entre o fornecedor do combustível, o integrador local e o cliente, com foco em disponibilidade, custos e produtividade. A cada ciclo, define-se um plano de ação para melhorias incrementais, como ampliação de bicos, realocação de tanque de buffer ou revisão do cronograma de manutenção preventiva.

Pontos de atenção para escalar além do piloto

Projetos-piloto ajudam a validar consumo real, ergonomia do abastecimento e aceitação pelos operadores. O desafio é manter a mesma disponibilidade quando a frota dobra ou triplica. Para isso, o projeto do hub precisa prever expansão por módulos, com espaço físico, fundações e infraestrutura de utilidades dimensionados para o crescimento. O contrato de logística também deve ser escalável, com cláusulas que aumentem a frequência de entregas conforme marcos de consumo são atingidos, sem renegociação extensa a cada passo.

Outro ponto é a padronização de componentes, bicos e protocolos de segurança. Ao replicar sites, a manutenção e o treinamento tornam-se repetitivos e previsíveis, reduzindo o tempo de rampa em novas filiais. Metas de desempenho por turno e por equipamento ajudam a identificar rapidamente gargalos, como filas em horários específicos, desalinhamento de layout entre depositantes e docas, ou baixa disponibilidade de técnicos em períodos de maior movimento. Correções pontuais mantêm a produtividade à medida que novos clientes entram na mesma base regional.

Onde o hidrogênio disputa espaço com GNL e gás natural

No transporte interno de plantas e em operações logísticas sob tetos e ambientes controlados, a célula a combustível concorre com soluções baseadas em gás natural e GNL. A comparação passa por disponibilidade local, área para tancagem, rotinas de abastecimento e requisitos de manutenção. Em centros com fluxo intenso de empilhadeiras e rebocadores, as paradas curtas e programadas são um diferencial, somadas à previsibilidade do consumo por hora e por turno, o que facilita a contratação do fornecimento em bases mensais ou trimestrais.

Em rotas urbanas curtas com retornos diários à base, a transição para célula a combustível pode começar por veículos vocacionais, como coletores internos de pátio, tratores de terminal e pequenos caminhões de apoio. Nessas aplicações, o dimensionamento do ponto de abastecimento é mais simples, e a gestão de estoque é centralizada. À medida que a confiança cresce, o escopo se amplia para veículos maiores de apoio operacional, sempre com controle de dados e metas de disponibilidade por janela de serviço.

Declarações dos executivos e próximos movimentos esperados

Para a GH2, a parceria é estratégica para introduzir um ecossistema completo de hidrogênio no país. Em entrevistas ao mercado, o sócio Markus Lehmman tem defendido que o hidrogênio pode disputar espaço diretamente com o diesel em alguns anos, em especial em frotas com alta exigência de disponibilidade. A empresa atua como afiliada da Gali Energia, com foco em projetos industriais e de infraestrutura, e pretende explorar sinergias com fabricantes de equipamentos e prestadores de serviço brasileiros para acelerar as primeiras implantações.

Do lado da Plug Power, o vice-presidente de vendas Christopher Barnett afirma que a proposta é oferecer uma solução integrada, repetindo o que a companhia já pratica em mercados desenvolvidos. Entre os clientes de referência estão redes como Amazon e Walmart, com dezenas de milhares de motores a célula a combustível em operação. A expectativa é replicar o modelo no Brasil, começando por polos com concentração de centros de distribuição e operações industriais aptas a assinar contratos de consumo estáveis.

Sinais de viabilidade e critérios de decisão para gestores

Gestores avaliam a viabilidade com base em métricas objetivas de produtividade e custo. Entre as principais, estão horas de operação por dia, tempo de abastecimento por veículo, fila média no pico, disponibilidade de bicos, taxa de falhas por mil horas, custo por hora de máquina e espaço ocupado por infraestrutura. Em contratos de longo prazo, a previsibilidade de consumo e a redução de paradas tendem a melhorar os indicadores e sustentar o investimento inicial. A escolha também considera a padronização das frotas e o histórico de manutenção de cada site.

Critérios adicionais incluem a facilidade de replicar a solução em outras unidades, o nível de suporte técnico local e a integração com sistemas de gestão existentes. Projetos que já utilizam telemetria e controle de estoque por software se adaptam com mais rapidez, pois conseguem incorporar dados de consumo de combustível e disponibilidade de estação nos mesmos painéis. Com isso, a operação acompanha em tempo real os impactos da mudança na produtividade e aciona medidas corretivas quando necessário.

Cenários para empilhadeiras, pátios e veículos de apoio

Empilhadeiras de alta rotação, que rodam por vários turnos, aproveitam melhor o abastecimento rápido e a manutenção focada na pilha e nos periféricos associados. Rebocadores e tratores de pátio também se beneficiam quando há concentração de rotas e janelas previsíveis entre docas e linhas de produção. Em locais com grande variabilidade de cargas, a presença de uma estação com múltiplos bicos e áreas amplas de circulação minimiza gargalos, mantendo a fila sob controle, especialmente nas trocas de turno.

Veículos de apoio como caminhões de serviço internos, plataformas elevatórias e varredoras industriais tendem a ser integrados em fases posteriores, conforme a estação comprova estabilidade. A priorização segue o consumo: primeiro entram os equipamentos que concentram maior parcela de horas de operação, pois eles capturam mais rapidamente os ganhos de disponibilidade. A cada expansão, o plano revisa o layout da estação, a necessidade de bicos adicionais e a programação de manutenção para absorver o novo patamar de demanda.

O papel de contratos de longo prazo e garantias de desempenho

Contratos plurianuais tendem a assegurar preço e disponibilidade, permitindo ao fornecedor planejar compras e logística com antecedência. A estrutura costuma incluir cláusulas de performance com indicadores de tempo de abastecimento, tempo de resposta a chamados e taxa de indisponibilidade máxima. Quando esses limites são ultrapassados, aplicam-se abatimentos ou providenciam-se soluções de contingência, como módulos temporários adicionais ou bicos dedicados em horários críticos, para recompor o nível de serviço.

Garantias de desempenho também abrangem componentes-chave da estação e das pilhas, com prazos de cobertura alinhados ao ciclo de vida esperado. A presença de técnicos locais treinados encurta o tempo entre a abertura do chamado e a solução definitiva. Em sites com múltiplos turnos, a cobertura 24/7 é negociada de acordo com a criticidade da operação. Essa governança contratual é um fator de decisão para empresas que buscam previsibilidade e que medem produtividade hora a hora.

O que observar no layout da estação e nos fluxos de pátio

O layout precisa acomodar a circulação de caminhões-tanque, a área de tancagem e os pontos de abastecimento, com rotas claras para os veículos da frota. A sinalização orienta o sentido de entrada e saída, reduz cruzamentos e minimiza manobras. Em centros com picos definidos, como troca de turno, é comum criar uma área de espera com marcações no piso para organizar filas, distribuindo os bicos de modo a equilibrar a carga entre diferentes setores do site. Essa organização evita que um gargalo em um ponto paralise toda a operação.

A proximidade entre a estação e as áreas de maior consumo reduz deslocamentos improdutivos. Em sites grandes, pode-se optar por duas áreas de abastecimento menores, em vez de uma central robusta, para atender alas diferentes do armazém. A decisão considera custo de duplicação de bicos e linhas versus ganhos em tempo de operação. O plano de crescimento deve prever conduítes e bases já preparadas para novos bicos, encurtando futuras ampliações e evitando intervenções que interrompam o fluxo de veículos.

Ajustes operacionais após o início da operação comercial

Os primeiros meses de operação revelam padrões de consumo que podem diferir da projeção inicial. É comum observar dias com picos acima da média por eventos promocionais, sazonalidade de vendas ou paradas de produção. O sistema de gestão capta esses desvios e sugere ajustes, como aumento temporário de janelas de abastecimento, redistribuição de bicos ou alteração do horário de chegada dos caminhões. Pequenas mudanças de layout ou sinalização costumam resolver filas intermitentes sem grandes investimentos.

Ao longo do tempo, os relatórios ajudam a consolidar práticas que fazem diferença, como rodízio de operadores para evitar sobrecarga de um único ponto, inspeções rápidas no início do turno e checagens de estanqueidade em intervalos pré-definidos. Esses hábitos reduzem ocorrências corretivas, alongam a vida útil de componentes e preservam a disponibilidade de bicos em horários críticos. A cada revisão trimestral, as equipes ajustam metas e marcos do contrato conforme o patamar de consumo e a maturidade do site evoluem.

Perspectivas de adoção setorial e marcos de escala

A expectativa das empresas é que setores com alto giro logístico passem a testar o modelo, avançando de pilotos controlados para contratos comerciais em locais com concentração de centros de distribuição. Em seguida, bases industriais com deslocamentos repetitivos tendem a avaliar a migração de parte da frota, priorizando equipamentos que concentram horas de operação e que se beneficiam de abastecimento rápido. À medida que os hubs ganham escala, a rota logística se torna mais densa e competitiva, o que facilita a entrada de novos clientes no mesmo raio.

Para a GH2 e a Plug Power, a criação de hubs regionais é o passo decisivo para destravar a demanda. O aprendizado acumulado em operações nos Estados Unidos e na Europa serve de base para acelerar a curva no Brasil, com adaptação às condições locais de infraestrutura, mão de obra e logística. Se a execução cumprir metas de disponibilidade e produtividade, a solução deve disputar espaço com diesel, baterias, GNL e gás natural em aplicações específicas, compondo o portfólio de opções para gestores de frota e operações industriais.



Última atualização em 13 de outubro de 2025

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