Biosseguridade obrigatória em granjas comerciais de suínos eleva proteção sanitária e reduz perdas no rebanho

Biosseguridade obrigatória em granjas comerciais de suínos eleva proteção sanitária e reduz perdas no rebanho

Granjas de suínos tecnificadas de Santa Catarina terão que cumprir novas exigências de biosseguridade. A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape) e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) publicaram a Portaria Sape nº 50/2025 com regras que passam a valer em 60 dias, com prazos específicos para adequações estruturais. Entre os pontos centrais estão controle de acesso, rotinas de desinfecção, manejo de visitantes e veículos, além da destinação correta de dejetos.

O objetivo é reduzir riscos sanitários no plantel, padronizar procedimentos e fortalecer a competitividade do setor. O governo anuncia ainda uma linha de crédito específica, o Programa Biosseguridade Animal SC, com até R$ 70 mil por granja, subvenção de até 40%, carência de um ano e pagamento em cinco parcelas anuais. A Cidasc informa que a portaria está disponível em seu site e que as orientações serão detalhadas em materiais técnicos e ações de extensão.

O que diz a Portaria Sape nº 50/2025

A nova norma consolida um conjunto de boas práticas obrigatórias para granjas comerciais. O texto aborda desde medidas organizacionais simples, como registro de entrada de pessoas, até exigências que pedem adequações físicas, como barreiras de acesso e estruturas para higienização de veículos. O foco é criar camadas de proteção que evitem a entrada e a circulação de agentes infecciosos no sistema produtivo.

Pontos como controle de visitantes, protocolos de limpeza e desinfecção e o plano de destinação de dejetos passam a ter caráter mandatório. A portaria também reforça a responsabilidade do produtor e da equipe técnica em manter registros e monitorar a execução das rotinas. Para propriedades já em operação, haverá prazos de transição que variam conforme o tipo de ajuste a ser feito.

  • Controle de acesso: cadastro de visitantes, identificação visual e regras claras de entrada.
  • Desinfecção: procedimentos para estruturas, equipamentos, veículos e botas, com produtos apropriados e diluição correta.
  • Manejo de dejetos: plano documentado para coleta, armazenamento e destinação, conforme normas sanitárias vigentes.
  • Fluxos internos: áreas limpas e sujas separadas, rotas específicas para insumos, animais e resíduos.
  • Registros: formulários e planilhas para comprovar rotinas executadas, responsáveis e datas.

Prazos de entrada em vigor e adequações

As diretrizes terão vigência em 60 dias a partir da publicação. A partir desse marco, práticas operacionais passam a ser exigidas imediatamente, enquanto itens que demandam obras ou reconfiguração de instalações contam com prazos escalonados de 12 a 24 meses. A lógica é permitir que as granjas planejem as intervenções, sem interromper a produção e mantendo a segurança sanitária durante a transição.

Para simplificar, a Cidasc recomenda que o produtor trate o período de 60 dias como fase de organização documental e início das mudanças que não dependem de engenharia. Em paralelo, a granja deve elaborar um cronograma de obras e montar o dossiê de biosseguridade com plantas, fluxos, POPs e orçamentos. Esse material servirá como guia interno e como comprovação em visitas técnicas.

  • Até 60 dias: formalizar POPs, treinar a equipe, implementar registros e controles de acesso.
  • Até 12 meses: ajustes de média complexidade, como vestiários com barreira sanitária e estruturas de desinfecção.
  • Até 24 meses: obras estruturais mais amplas, readequações de fluxo e cercamentos perimetrais.

Financiamento: como acessar os recursos do Programa Biosseguridade Animal SC

Para apoiar a adequação das propriedades, o governo estadual disponibiliza crédito de até R$ 70 mil por granja, com subvenção de até 40% sobre itens financiáveis. O pacote prevê carência de um ano e pagamento em cinco parcelas anuais, o que dilui o impacto no caixa do produtor. A orientação é que o planejamento técnico anteceda a contratação, para que os investimentos priorizem os pontos críticos e contemplem os itens exigidos pela portaria.

A adesão ao programa exige documentação da granja, projeto básico das intervenções e comprovação de regularidade. A recomendação prática é organizar um memorial descritivo simples com lista de obras e equipamentos, prazos e custos, além de anexar plantas e fluxos de pessoas, insumos e animais. Com esse dossiê, o produtor consegue justificar a necessidade do crédito e avançar mais rápido no processo junto às instituições financeiras parceiras.

  • Itens típicos financiáveis: barreira sanitária, pórtico de desinfecção, vestiários, lavadores, cercas, portões, pedilúvios, equipamentos de limpeza e kits de EPIs.
  • Documentos usuais: cadastro do produtor, comprovação de propriedade/posse, projeto ou memorial, orçamento e cronograma.
  • Boas práticas financeiras: comparar fornecedores, prever manutenção, reservar margem para imprevistos e priorizar etapas de maior impacto sanitário.

Passo a passo para implementar as medidas na granja

O caminho de adequação pode ser dividido em fases. Comece pela organização da informação: nomeie um responsável técnico pela biosseguridade, mapeie processos e liste riscos. Em seguida, construa os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), com linguagem simples e checklists diários. O terceiro movimento é preparar a infraestrutura mínima para que os POPs funcionem na prática, como pontos de higiene e barreiras sanitárias.

Depois, entre na fase de execução e registro. Treine a equipe em turnos, simule cenários do dia a dia e registre tudo em planilhas ou aplicativos. Por fim, adote um ciclo de auditoria interna: verifique o que está sendo cumprido, corrija desvios e atualize rotas e procedimentos. Essa rotina simples sustenta a melhoria contínua e facilita a fiscalização.

  1. Diagnóstico inicial: levantamento de riscos, fluxos e pontos de contato.
  2. Elaboração de POPs: entrada de pessoas, veículos, limpeza, desinfecção, manejo e dejetos.
  3. Infraestrutura de base: pedilúvios, lavatórios, dispensers, áreas de troca de roupa e barreiras físicas.
  4. Treinamentos: equipe, prestadores de serviço e fornecedores recorrentes.
  5. Registros e indicadores: livro de visitas, planilhas de higienização, controle de insumos e checagens diárias.
  6. Auditoria interna: verificação mensal com plano de ação para não conformidades.

Critérios mínimos de biosseguridade e exemplos práticos

A rotina de entrada é um dos pontos mais sensíveis. O ideal é estabelecer um ponto único de acesso, com portão, sinalização e registro. Visitantes devem ser anunciados com antecedência, usar roupas e botas fornecidas pela granja e passar por áreas de higiene. O trânsito interno deve seguir rotas planejadas para evitar cruzamento de áreas limpas e sujas, reduzindo o risco de carregar agentes entre instalações.

Veículos precisam de procedimentos específicos. Caminhões de ração, transporte e serviços só entram após limpeza e desinfecção, preferencialmente em pátios externos com pórtico ou área dedicada. Equipamentos como carrinhos, pás e baldes devem ser higienizados antes e depois do uso, e cada setor deve ter seu kit, evitando compartilhamento desnecessário.

  • Pessoas: cadastro atualizado, termos de ciência, restrição de visitas após contato com outras granjas.
  • Roupas e EPIs: conjuntos exclusivos por setor, lavagem controlada e estoque mínimo garantido.
  • Higienização: uso correto de detergentes e desinfetantes, respeitando diluição e tempo de contato.
  • Água: verificação de cloro residual e potabilidade em pontos críticos da propriedade.
  • Controle de pragas: plano contínuo com monitoramento de roedores e insetos e registros de iscas e armadilhas.

Manejo de dejetos: plano, estruturas e rotinas seguras

A destinação de dejetos exige planejamento documentado. O produtor deve mapear pontos de geração, definir a coleta e indicar o local de armazenamento temporário, descrevendo volumes e periodicidade. A estrutura deve permitir o manejo sem retorno de materiais para áreas limpas. A equipe precisa saber quem executa cada etapa e quando, com registro de execução em formulários simples.

Os recipientes e áreas de armazenamento devem ser identificados e mantidos em boas condições. Equipamentos de bombeamento e tubulações precisam de manutenção periódica. Durante o transporte, a rota deve evitar passagens por setores sensíveis. É essencial que a granja mantenha controles sobre fornecedores e prestadores, registrando empresas e licenças quando aplicável.

  • Mapeamento de pontos de coleta e volumes estimados por semana.
  • Checklists de limpeza de equipamentos após o uso.
  • Rotas dedicadas para veículos que retiram resíduos, com horários pré-definidos.

Fiscalização, documentação e sanções em caso de descumprimento

A Cidasc é responsável por orientar e fiscalizar o cumprimento das exigências. Durante as visitas, os técnicos verificam instalações, rotinas e evidências documentais. Manter registros confiáveis é tão importante quanto executar as práticas. Eles demonstram consistência e facilitam a identificação de falhas, reduzindo retrabalho e riscos de autuação.

O descumprimento pode levar à aplicação de sanções previstas na legislação sanitária estadual. Para evitar problemas, o produtor deve manter um dossiê da biosseguridade sempre atualizado, com POPs, listas de verificação, fotos de áreas críticas, plantas com fluxos e relatórios de auditoria interna. Em caso de dúvida, a orientação é contatar antecipadamente a unidade local da Cidasc antes de realizar mudanças significativas em layout ou processo.

  • Dossiê mínimo: POPs, registros de treinamentos, livros de visitas, planilhas de higienização e relatórios internos.
  • Evidências: datas, responsáveis, fotos e assinaturas, com armazenamento físico e digital.
  • Contato prévio com a fiscalização em obras e alterações de fluxo para alinhar expectativas técnicas.

Impacto para a produção e o comércio de carne suína

A padronização de rotinas de biosseguridade tende a reduzir interrupções produtivas e a aumentar a previsibilidade. Com menos ocorrências sanitárias, as granjas conseguem manter desempenhos zootécnicos estáveis, o que se reflete em melhor conversão alimentar e menor mortalidade. Para o comprador, previsibilidade de oferta e rastreabilidade de práticas são diferenciais na negociação.

Santa Catarina reportou que a carne suína do estado chegou a 78 países no ano passado, com movimentação de US$ 1,7 bilhão, e que o mercado asiático é o principal destino. A expectativa do setor é que o reforço das medidas sanitárias ajude a preservar e ampliar esses mercados. A rastreabilidade das rotinas facilita a comprovação de conformidade em auditorias e abre portas para contratos de longo prazo.

Perguntas frequentes sobre as novas exigências

Quem é obrigado a cumprir a portaria?

As granjas tecnificadas de suínos com perfil comercial devem seguir as novas regras. Isso inclui propriedades integradas a agroindústrias e produtores independentes que atendem o mercado. A classificação considera estrutura, volume de produção e enquadramento sanitário. Em caso de dúvida, a orientação é consultar a unidade da Cidasc com dados da granja e do rebanho.

Produtores de menor porte podem ter etapas de transição mais longas conforme sua realidade, mas precisam cumprir os critérios mínimos. Para esses casos, o Programa Biosseguridade Animal SC prevê linha de crédito específica para viabilizar as adaptações.

O que muda no dia a dia da propriedade?

Na prática, as rotinas passam a ser mais padronizadas e documentadas. A entrada de pessoas e veículos deverá seguir regras claras, com registro e verificação de higiene. Equipamentos ganharão checklists de limpeza e desinfecção. A granja também precisará demonstrar que tem plano para manejar dejetos e que executa esse plano com regularidade e controle.

Outra mudança é o reforço de treinamentos. A equipe deve saber o que fazer, quando fazer e onde registrar. Rotinas simples, quando repetidas com disciplina, têm impacto direto no resultado sanitário e produtivo.

Quais documentos devo preparar já nos próximos 60 dias?

Comece pelos POPs de acesso de pessoas e veículos, limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos, manejo de dejetos e controle de pragas. Crie formulários de registros diários, semanais e mensais. Elabore uma planta simples com os fluxos principais. Junte orçamentos das obras e dos equipamentos necessários para cumprir a norma.

Com esse pacote mínimo, você poderá treinar a equipe e comprovar avanço na implementação. Na sequência, inclua relatórios de auditorias internas e registros fotográficos de áreas ajustadas.

Posso adaptar estruturas existentes ou preciso construir tudo do zero?

Em muitos casos é possível adaptar estruturas já existentes. Portões e cercas podem ser reposicionados para criar um acesso único. Áreas de troca de roupa podem ser implantadas com divisórias e mobiliário adequado. O importante é cumprir a função de cada elemento, garantindo barreiras efetivas e rotas definidas.

Obras maiores, como reconfiguração de fluxos e construção de vestiários completos, devem ser planejadas para o prazo de 12 a 24 meses. O financiamento estadual foi pensado para cobrir esse tipo de intervenção.

Como ficam os fornecedores e prestadores de serviço?

Fornecedores recorrentes, como transporte, ração e assistência técnica, precisam conhecer e cumprir as regras da propriedade. Uma solução prática é criar um protocolo de entrada para terceiros, com breve treinamento, entrega de EPIs quando necessário e assinatura de ciência das regras. Registre cada visita e inclua o serviço executado.

Em caso de não conformidade, comunique imediatamente o responsável e registre a correção adotada. Isso demonstra controle e compromisso com a biosseguridade.

Boas práticas de rotina e organização de registros

Registros simples sustentam a conformidade. Um livro de visitas com campos para nome, documento, origem, motivo e horário de entrada e saída atende ao requisito de controle. Para higienização, crie planilhas com data, área, produto usado, diluição, tempo de contato e responsável. Esses documentos funcionam como evidências objetivas em fiscalizações e auditorias internas.

Ferramentas digitais podem agilizar o dia a dia, mas folhas impressas também funcionam bem quando padronizadas e guardadas. O essencial é que a equipe registre em tempo real e que alguém revise as planilhas com frequência, identificando ausências e corrigindo processos. A constância nos registros traduz a rotina real da granja.

  • Livro de visitas e registro de veículos com placas e finalidade da entrada.
  • Planilhas de limpeza e desinfecção por setor, com checagem do supervisor.
  • Lista de treinamentos com datas, temas, instrutores e participantes.
  • Relatórios mensais de auditoria interna com plano de ação e prazos.

Infraestrutura recomendada para controle de acesso e higiene

A infraestrutura mínima inclui portão com controle de acesso, sinalização visível, área de estacionamento externo para visitantes e pedilúvios em pontos estratégicos. Vestiários ou áreas de troca com barreira física ajudam a separar áreas sujas e limpas. Lavabo com água corrente, sabonete adequado, papel toalha e lixeira com tampa de acionamento não manual completam a base de higiene.

Para veículos, um pórtico ou área de desinfecção com solução correta e drenagem evita acúmulo de resíduos. Em instalações internas, pontos de higienização de mãos e botas precisam estar visíveis e abastecidos. A manutenção preventiva dessas estruturas garante que a rotina não dependa de improvisos.

  • Sinalização: placas com regras de acesso e fluxos, posicionadas na entrada e em cruzamentos internos.
  • Pontos de água e energia próximos de áreas de limpeza para facilitar a rotina.
  • Kit de higiene por setor: escovas, baldes dedicados, detergente, desinfetante e EPIs.

Apoio do setor e posicionamento das autoridades

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, afirma que a portaria é resultado de diálogo com agroindústrias, suinocultores, entidades e equipes técnicas. Segundo ele, o conjunto de regras busca fortalecer a suinocultura catarinense e foi desenhado para ser exequível, somando-se ao apoio financeiro do Programa Biosseguridade Animal SC. A proposta é elevar o padrão sanitário de ponta a ponta, com participação de todos os atores da cadeia.

A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, destaca que muitas granjas já adotam medidas de biosseguridade e que a portaria uniformiza critérios também para produtores independentes. Para ela, a sanidade presente em todas as etapas é condição para manter um rebanho saudável e atender mercados exigentes. A entidade reforça que haverá suporte técnico para a fase de adequação.

Checklist resumido para o produtor: por onde começar

Um checklist simples ajuda a tirar o projeto do papel dentro dos 60 dias iniciais. O primeiro passo é nomear o responsável técnico e listar os processos críticos: entrada de pessoas, veículos, limpeza e manejo de dejetos. Em seguida, padronize a documentação e providencie os materiais básicos, como dispensers, desinfetantes, EPIs e sinalização.

Na sequência, estruture o cronograma de obras e melhorias para 12 e 24 meses, conforme a necessidade de cada granja. Foque na criação de barreiras efetivas e na organização de fluxos. Treine a equipe e implemente auditorias internas mensais para medir o avanço.

  • Definir responsável e equipe de biosseguridade.
  • Criar POPs básicos e planilhas de registros.
  • Implantar controle de visitantes e veículos.
  • Organizar pontos de higienização e pedilúvios.
  • Mapear e planejar manejo de dejetos.
  • Planejar obras para 12 e 24 meses e buscar o financiamento.

Treinamento da equipe e cultura de biosseguridade

Sistematizar treinamentos torna a rotina mais previsível. Divida os conteúdos em módulos curtos: regras de acesso, higiene pessoal, limpeza e desinfecção, fluxo interno e registros. Reforce conceitos com cartazes e lembretes nos pontos de maior movimento. O objetivo é que qualquer pessoa saiba como proceder, sem depender de instruções pontuais.

A cultura de biosseguridade nasce de pequenos hábitos repetidos todos os dias. Supervisores devem acompanhar a execução, fornecer feedback e corrigir desvios rapidamente. Reconhecer publicamente a equipe quando os indicadores melhoram ajuda a manter o padrão no longo prazo.

  • Treinamentos periódicos com avaliações rápidas e registro de presença.
  • Cartazes em áreas-chave com regras e fluxos resumidos.
  • Reuniões curtas semanais para revisar não conformidades e ações corretivas.

Como organizar fluxos de pessoas, insumos e animais

Mapear fluxos ajuda a visualizar pontos de risco. Desenhe um esquema simples com setas para entradas e saídas de pessoas, rotas de insumos, coleta de dejetos e movimentação de animais. Evite cruzamentos desnecessários e, quando inevitáveis, crie janelas de horário e procedimentos extras de higiene. Sinalize rotas com placas e cores, facilitando a compreensão por toda a equipe.

Para animais, planeje lotes e movimentações com antecedência. Em manejos, reserve kits de equipamentos por setor. Para insumos, defina pontos de entrega externos e procedimentos de transferência para áreas internas sem contato com rotas críticas. Esse cuidado reduz a chance de transportar agentes indesejados pela granja.

  • Uso de cores para diferenciar áreas limpas e sujas em equipamentos e sinalização.
  • Janelas de horário para entrega de ração e serviços de manutenção.
  • Rotas exclusivas para retirada de resíduos e carcaças, quando aplicável.

Tecnologia de apoio: do papel ao digital sem complicação

Granjas podem começar com planilhas impressas e, conforme a equipe se adapta, migrar para ferramentas digitais simples. Aplicativos de checklist e armazenamento em nuvem ajudam a padronizar registros e a recuperar informações durante fiscalizações. O importante é escolher soluções que a equipe consegue usar no dia a dia, com pouca fricção.

Para quem optar por digital, vale criar pastas por tema: Acesso, Limpeza e Desinfecção, Dejetos, Treinamentos e Auditorias. Cada pasta guarda planilhas, registros e fotos. O acesso pode ser compartilhado com responsáveis e consultores, mantendo histórico e trilha de auditoria.

  • Modelos de formulários padronizados, impressos ou digitais.
  • Backup periódico dos registros e proteção de dados sensíveis.
  • Relatórios mensais gerados a partir dos checklists para acompanhar evolução.

Exemplos práticos de adequação em diferentes perfis de granja

Granjas pequenas costumam resolver o controle de acesso com um único portão e cadastro de visitantes em papel, além de pedilúvios simples nos acessos aos galpões. A área de troca pode ser montada com armários e bancos, respeitando a separação de roupas e botas. Esses ajustes têm custo menor e já elevam bastante o nível de proteção sanitária.

Propriedades maiores tendem a implementar pórticos de desinfecção para veículos, vestiários com barreira dupla e setores com kits de higiene dedicados. O fluxo logístico é planejado com mapas afixados nos setores e sinalização por cores. Com a equipe mais numerosa, treinamentos e auditorias internas ganham relevância e devem seguir calendário fixo.

  • Pequenas: foco em barreira de acesso, pedilúvios e POPs simplificados.
  • Médias: implantação de vestiários e reforço de rotas e registros.
  • Grandes: pórtico de desinfecção, equipes dedicadas de limpeza e auditorias frequentes.

Custos, priorização e cronograma de obras sem interromper a produção

Com recursos limitados, a priorização é decisiva. Itens que evitam a entrada de agentes externos, como controle de portão, barreiras sanitárias e pedilúvios, costumam ter alto impacto e baixo custo relativo. Em seguida, foque em vestiários e pontos de higienização. Obras maiores, como readequação de fluxos, podem ser planejadas para períodos de menor movimentação de animais.

Divida o cronograma em etapas mensais, com marcos e responsáveis. Estabeleça indicadores simples de avanço, como “100% dos POPs implantados”, “pórtico de desinfecção em operação” e “treinamento de toda a equipe concluído”. Esses marcos ajudam a acompanhar o projeto e justificam desembolsos do financiamento.

  • Etapa 1: documentação e treinamentos.
  • Etapa 2: barreiras e infraestrutura de higiene.
  • Etapa 3: ajustes de fluxo e obras estruturais.

Indicadores para acompanhar a efetividade das medidas

Monitorar indicadores simples permite corrigir rotas cedo. Aderência aos POPs, percentuais de checklists concluídos e tempo médio para correção de não conformidades mostram disciplina. Eventos sanitários, quando ocorrrem, devem ser investigados com foco em causa raiz e ações preventivas, sempre registrados com data e responsável.

O ideal é consolidar os dados mensalmente e apresentar em reuniões curtas. Esse acompanhamento retroalimenta os treinamentos e ajuda a definir próximas prioridades de investimento. Com o tempo, a granja alcança um padrão estável e previsível.

  • Aderência a POPs: percentuais por setor e por turno.
  • Checklists de limpeza: cumprimento dentro do prazo.
  • Tempo de resposta a não conformidades e reincidências.

Papel das agroindústrias e das cooperativas na adequação das granjas

Integrações costumam contar com equipes técnicas que orientam e auditam as propriedades parceiras. Com a nova portaria, esse suporte ganha caráter estruturante: a indústria pode padronizar POPs, fornecer kits de higiene e treinar funcionários e prestadores, criando um padrão único para toda a base de produtores. Isso facilita a fiscalização e fortalece a cadeia.

Para produtores independentes, cooperativas e associações de suinocultores oferecem assistência técnica e apoio na obtenção do financiamento. A troca de experiências entre granjas da região acelera a adequação, evita erros comuns e reduz custos com compras conjuntas de equipamentos e materiais.

Como preparar a visita técnica da Cidasc

Organize a documentação com antecedência. Separe POPs, registros de visitas, planilhas de limpeza, relatórios de treinamentos e auditorias internas. Tenha mapas com fluxos e fotos de áreas-chave antes e depois das melhorias. Nomeie um responsável para acompanhar a equipe técnica durante a visita, com autoridade para responder e providenciar correções rápidas quando necessário.

No dia da fiscalização, verifique se pontos de higienização estão abastecidos e se sinalizações estão visíveis. Faça uma checagem nos pedilúvios e áreas de desinfecção de veículos. Registre as recomendações e prazos combinados. Um retorno posterior com evidências de correção ajuda a consolidar a conformidade.

  • Pasta de documentos com índices por tema.
  • Equipe preparada para demonstrar rotinas na prática.
  • Plano de ação para ajustes apontados durante a visita.

Onde buscar ajuda, materiais técnicos e orientações

O site da Cidasc disponibiliza a portaria e guias práticos com perguntas e respostas. Unidades regionais da empresa e da Sape orientam sobre documentação, prazos e adequações. Cooperativas, associações de suinocultores e consultores técnicos também oferecem apoio na implantação das rotinas e na elaboração de projetos para financiamento.

Em caso de dúvidas específicas sobre obras e fluxos, a recomendação é agendar atendimento técnico para avaliar a realidade da propriedade. Esse contato permite alinhar soluções antes de investir, garantindo que a intervenção cumpra o objetivo da norma e seja viável no campo.

Glossário: termos comuns nas rotinas de biosseguridade

Barreira sanitária: conjunto de mecanismos físicos e procedimentais que impedem a entrada ou saída de agentes indesejados. Pode envolver vestiários, áreas de troca de roupa e pontos de higienização. POP (Procedimento Operacional Padrão): documento simples e objetivo que descreve como executar uma rotina, com responsáveis e frequência definidos.

Pedilúvio: recipiente com solução desinfetante para higienização de botas na entrada de áreas sensíveis. Pórtico de desinfecção: estrutura por onde passam veículos para aplicação de solução específica. Dossiê de biosseguridade: conjunto de documentos, registros, plantas e evidências que mostram a execução e o controle das rotinas exigidas.

  • Fluxo limpo/sujo: rotas que separam áreas com diferentes níveis de risco, evitando cruzamentos.
  • Não conformidade: desvio em relação ao procedimento estabelecido, que requer correção documentada.
  • Carência: período sem cobrança no financiamento, contado a partir da contratação.



Última atualização em 20 de setembro de 2025

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