Uso do plástico no agronegócio abrange estufas, irrigação, silagem e embalagens

Uso do plástico no agronegócio abrange estufas, irrigação, silagem e embalagens

O uso de polímeros no campo deixou de ser acessório e virou parte do planejamento de safra. Do preparo do solo ao armazenamento da colheita, filmes, tubos, lonas, redes e peças técnicas aparecem em tarefas diárias. A escolha correta do material, da espessura e do método de instalação define desempenho, durabilidade e custo por hectare. Este guia reúne aplicações frequentes, parâmetros de especificação e passos práticos para montar e manter cada solução com segurança operacional, linguagem direta e exemplos típicos de propriedades rurais brasileiras.

Panorama das aplicações plásticas no campo

A presença do plástico no agronegócio acompanha uma lógica clara: materiais leves, moldáveis e com aditivos sob medida resolvem problemas de proteção, condução de água, barreira contra umidade e organização da colheita. Polietilenos (PEBD, PELBD e PEAD) dominam em filmes e tubulações devido à flexibilidade e à resistência química. Polipropileno (PP) aparece em big bags, lonas tramadas, fitilhos e componentes de máquinas. Há ainda o uso de PVC em mangueiras e perfis, além de UHMWPE em chapas de baixo atrito para calhas e moegas.

No dia a dia, as demandas mais comuns são: preparar canteiros com filme mulch, proteger hortaliças e flores sob estufas, distribuir água e fertilizantes com gotejamento, conter reservatórios com geomembranas, embalar grãos e fardos, acondicionar sementes e insumos com qualidade e manter estruturas e máquinas com peças plásticas que evitam desgaste. O resultado prático esperado é simples: ganho de controle sobre água e luz, proteção da lavoura, redução de perdas físicas, organização do pátio e previsibilidade de custos de manutenção.

Filmes de cobertura do solo (mulch)

O filme mulch é aplicado diretamente sobre o canteiro. Normalmente é produzido em PEBD ou PELBD, com espessuras entre 20 e 35 micrômetros para hortaliças de ciclo curto e até 50 micrômetros para ciclos mais longos. As cores têm função definida: preto controla a incidência de luz no solo; preto-prata auxilia no manejo de temperatura; translúcido favorece a emergência em dias frios; marrom e outras variações atendem nichos específicos. Aditivos anti-UV (como HALS) aumentam a vida útil sob insolação intensa, típica de verões no Centro-Oeste e no Nordeste.

A aplicação correta começa no nivelamento do canteiro e no ajuste da umidade do solo. O rolo deve ser tensionado de forma uniforme, sem pregas, e fixado com terra nas bordas. Em hortaliças, o espaçamento de furos segue o arranjo de plantio; perfurações são feitas com cilindros aquecidos ou cortadores manuais. Para ciclos de 90 a 150 dias, o planejamento deve considerar a degradação por radiação e a possibilidade de tração mecânica durante capinas e colheita. Para medir espessura real, use um micrômetro; variações fora de especificação afetam o desempenho nas laterais dos canteiros e nas áreas de maior atrito.

  • Medidas típicas: largura 1,0–1,4 m para canteiros; 1,8–2,2 m para uso em faixas largas.
  • Espessura de referência: 25–35 μm para tomate, pimentão e abobrinha; 15–25 μm para folhosas sob ciclo curto.
  • Acessórios úteis: abridor de sulcos, rodas compactadoras e perfurador com gabarito de espaçamento.

Filmes para estufas e túneis baixos

Estufas e túneis usam filmes com maior espessura, geralmente entre 100 e 200 micrômetros, para suportar ventos e tração em arcos. O material é PELBD ou blendas com EVA, que melhoram a transparência e a elasticidade. Aditivos anti-gotejo ajudam a evitar pingos sobre folhas e flores, e aditivos difusores espalham a luz de forma uniforme ao longo do dia. Para regiões com granizo, alguns filmes recebem cargas que aumentam a resistência ao impacto sem perder flexibilidade na colocação e na manutenção anual.

A instalação pede planejamento de ancoragem. O filme deve cobrir a estrutura com folga mínima para acomodar dilatação térmica, sem formar “bolsas” de vento. Emendas podem ser termo-soldadas, e as fixações nos rodapés devem usar canaletas e perfis travadores, evitando furos que concentram esforço. Manutenção preventiva inclui inspeção visual das zonas de atrito com a estrutura, limpeza suave de poeira e checagem de trincas próximas às amarrações. Um checklist semestral ajuda a detectar pontos de tensão antes que se abram rasgos durante frentes de vento.

  • Altura de túneis baixos: 0,6–1,0 m, com filmes de 30–60 μm em cultivos muito precoces.
  • Estufas: 100–200 μm, largura de bobina conforme vãos; vida útil projetada: 12–36 meses, conforme aditivação.
  • Recursos adicionais: zíperes de PVC para acessos, telas laterais de PEAD para ventilação controlada.

Irrigação por gotejamento e microaspersão

As linhas de gotejo são extrudadas em PELBD com emissores integrados. A parede varia entre 0,15 e 0,30 mm para hortaliças e 0,30–0,90 mm para linhas de maior durabilidade, usadas em fruticultura e culturas perenes. As vazões típicas por emissor giram entre 1,0 e 2,2 L/h em hortaliças e 2,0 a 4,0 L/h em fruticultura. Espaçamentos comuns: 10–20 cm para folhosas, 20–30 cm para tomate e pimentão, 40–60 cm em culturas com maior distância entre plantas. A pressão de operação recomendada costuma ficar de 0,8 a 1,2 bar para gotejo e 1,5–2,5 bar para microaspersores.

A tubulação principal é em PEAD com diâmetros compatíveis ao volume de água da propriedade, normalmente DN 32 a DN 110. Conexões de compressão simplificam a montagem e as válvulas setorizam áreas, permitindo fertirrigação precisa. Filtração é decisiva: filtros de tela ou disco protegem emissores contra partículas. O projeto hidráulico deve considerar perda de carga, uniformidade e topografia. Ferramentas úteis incluem manômetro para verificar pressão de início e fim de linha, medidores de vazão e um simples balde graduado para conferir emissões reais por tempo cronometrado.

  • Passo a passo: nivelar setores; instalar principal em PEAD; montar válvulas e filtros; estender linhas de gotejo; testar pressão; ajustar finalização das linhas.
  • Manutenção: retrolavagem periódica, limpeza química conforme recomendação do fabricante, troca preventiva em trechos com dobra repetitiva.
  • Diagnóstico rápido: se a pressão cai mais de 0,3 bar entre o início e o fim do setor, revise diâmetro e extensão de linha.

Reservatórios, canais e contenções com geomembranas

Geomembranas de PEAD fazem a contenção de água em reservatórios, açudes, canais e pátios de manejo líquido. As espessuras variam de 0,75 a 2,0 mm, a depender do dimensionamento. O material oferece boa resistência à tração e perfuração, além de estabilidade dimensional sob variação térmica. As emendas são realizadas por soldagem a quente, com equipamentos tipo cunha quente ou extrusão. Ensaios em campo incluem teste de ar na dupla solda, caixa de vácuo sobre cordões e inspeção visual sistemática.

A base deve estar regularizada, sem pedras pontiagudas e com berço de areia, manta não-tecida ou solo bem compactado. Sobre a lâmina, a proteção contra tráfego direto é importante: recomenda-se camada de cobertura nos taludes expostos onde há risco de pisoteio ou abrasão por ferramentas. Em bordas e passagens, perfis e ancoragens dimensionadas evitam rasgos por concentração de esforços. A programação da montagem deve considerar vento e temperatura, já que a folha de PEAD dilata e contrai ao longo do dia, exigindo ajustes finos durante a fixação.

  • Escolha de espessura: 1,0 mm para reservatórios de pequeno porte; 1,5–2,0 mm para áreas extensas ou com tráfego eventual.
  • Acessórios: perfis de ancoragem, placas de apoio, passagens para tubulação em PEAD, válvulas e flanges compatíveis.
  • Controle de qualidade: registrar soldas, clima ao longo do dia e resultados de testes por trecho.

Armazenamento: silo-bags, enfardamento e big bags

Os silo-bags são tubos coextrusados de PE, em geral com três a cinco camadas, projetados para armazenar grãos e farelos por períodos definidos. Dimensões comuns ficam entre 2,7 e 3,0 m de diâmetro, com comprimentos de 60 a 90 m. A espessura típica gira em 230–250 micrômetros, combinando camadas internas e externas com diferentes pigmentos e aditivos anti-UV. A instalação exige solo nivelado, sem tocos, e uma barreira simples contra animais. A compactação durante o enchimento deve ser regular, respeitando a capacidade do equipamento e o alongamento admissível do filme.

Para movimentação e ensaque, big bags de PP (FIBC) oferecem capacidade de 500 a 2000 kg, com fator de segurança 5:1 ou 6:1 conforme o modelo. A gramatura do tecido varia tipicamente de 120 a 220 g/m². O forro interno em PEBD pode ser usado quando há necessidade de barreira à umidade. Em fardos de forragem, a película stretch específica para enfardadoras mantém a compactação e protege contra intempéries. Cordoalhas e fitilhos de PP amarram e organizam paletes, com boa resistência à tração e baixo alongamento residual.

  • Procedimento do silo-bag: escolha de área firme; posicionamento do equipamento; enchimento contínuo; fechamento com travas e cinta; inspeção visual diária.
  • Big bags: verifique capacidade declarada (SWL), pontos de içamento, tipo de fundo e se há bica de descarga.
  • Fardos: use película com alongamento adequado à enfardadora e sobreposição suficiente entre voltas.

Embalagens para sementes, fertilizantes e defensivos

Sementes exigem controle de umidade e integridade física. As opções vão de sacarias tramadas de PP com laminação externa a estruturas coextrusadas de PE com alta resistência ao rasgo. Em apresentações premium, filmes com barreira reforçada incorporam camadas especiais que controlam permeação de vapor. O fechamento deve garantir selagem consistente, sem áreas frias. Etiquetas com dados de lote e QR de rastreio agilizam conferência no recebimento e no armazenamento em câmara seca.

Fertilizantes granulados usam sacos de PP com ou sem válvula, a depender do fluxo de enchimento. Para produtos higroscópicos, o forro interno de PEBD oferece barreira adicional. Em defensivos, frascos de PEAD e tampas com vedação adequada são padrão. Galões e bombonas devem suportar empilhamento e vibração no transporte. O objetivo é simples: embalagem robusta, empilhamento seguro, leitura clara de identificação e integridade até o ponto de uso, evitando perdas físicas por rasgos, vazamentos ou umidade indesejada.

  • Sementes: conferir espessura do filme, qualidade da solda e presença de microfuros de alívio quando aplicável.
  • Fertilizantes: preferir sacos com laminação para reduzir abrasão e poeira; checar resistência do fundo.
  • Defensivos: utilizar vedação com anel interno, lacre inviolável e tampa compatível com bicos dosadores.

Redes, telas, cordas e lonas no dia a dia da fazenda

Redes e telas de PEAD ou PP protegem pomares, hortas e áreas de pós-colheita. As telas de sombreamento são classificadas pelo percentual de bloqueio de luz, com valores comuns de 30%, 50% e 70%. Em viveiros, a trama deve suportar tensão constante sem deformar. Nas laterais de estufas, o uso de telas permite ventilação cruzada. Em galpões, lonas de PEBD reforçadas funcionam como divisórias temporárias e proteção de paletes. Cordas e cordoalhas de PP dão conta de amarrações por serem leves, resistentes à umidade e fáceis de manusear.

As lonas tipo ráfia (PP) aguentam arraste no chão e atrito com superfícies rugosas, o que é útil em operações de carga rápida. Para coberturas estáticas, adotar ilhoses bem distribuídos e fitas de reforço nas áreas de fixação. Uma prática comum em pátios é combinar lonas pesadas para cobertura principal e filmes finos como barreira secundária contra poeira. Em aviários e pocilgas, cortinas de PEBD com trilhos simplificam a abertura e o fechamento diários, reduzindo esforço e tempo gasto com manejo.

  • Sombreamento: escolha o percentual de bloqueio conforme a cultura e a fase do ciclo.
  • Fixação: use cordas de PP com nós simples e pontos de apoio suaves para evitar cortes na tela.
  • Lonas: priorize costuras reforçadas e tramas com gramatura compatível ao uso em pátio.

Componentes técnicos em máquinas e instalações

Peças técnicas em polímeros melhoram o fluxo de grãos, reduzem desgaste e ruído e simplificam a manutenção. Chapas de UHMWPE instaladas em calhas, tombadores e moegas oferecem baixo atrito, facilitando escoamento mesmo com grãos quebrados ou com impurezas. Mangueiras e tubos em PEAD e PVC compõem linhas de transferência de água e insumos. Nas plantadeiras, buchas e espaçadores em polímeros de engenharia ajudam a reduzir folgas e vibrações. Em pivôs, trechos de tubulação e uniões em plástico suportam pressão e permitem reparos rápidos no campo, com menor peso em comparação a alternativas metálicas.

Em galpões de beneficiamento, perfis plásticos protegem quinas e pontos de impacto. Guardas de segurança em PP ou PEAD formam barreiras visuais e físicas em zonas com tráfego de empilhadeiras. Tambores, caixas e pallets plásticos padronizam o fluxo de materiais. Em áreas úmidas, o plástico mantém estabilidade dimensional e não sofre com oxidação. A inspeção de rotina verifica fissuras, desgaste por abrasão e folgas em fixadores. A troca preventiva de buchas e trilhos plásticos evita paradas imprevistas durante janelas críticas de colheita.

  • UHMWPE: baixa fricção, bom para chute de grãos e calhas.
  • PEAD/PVC: tubulações de transferência, boa relação peso/resistência.
  • PP: proteções, tampas e componentes com boa rigidez e facilidade de usinagem.

Manejo de silagem: filmes, lonas e fitilhos

No preparo de silagem, a vedação é etapa chave. Lonas e filmes de PE, com espessura combinada adequada, cobrem a superfície do silo e fazem a proteção lateral. Em silos de superfície, o uso de dupla camada, com um filme fino interno de alta conformidade e uma lona externa mais robusta, proporciona contato pleno com a massa compactada e resistência mecânica contra perfurações acidentais. Sacos tubulares para feno ou silagem de alta densidade também são comuns em propriedades que priorizam organização de pátio e facilidade de transporte entre piquetes.

Fitilhos de PP e redes de proteção mantêm a cobertura no lugar e distribuem tensões. O processo de fechamento exige atenção a bordas e emendas, pontos onde podem ocorrer entradas de ar. Uma rotina visual diária identifica deslocamentos após ventos fortes e permite correções rápidas. Na retirada do material para trato, o corte limpo evita rasgos que se propagam. A manutenção básica inclui armazenamento das lonas quando fora de uso, longe de fontes de calor e de superfícies cortantes.

  • Cobertura dupla: filme interno com alta conformidade + lona superior reforçada.
  • Acessórios: sacos de lastro, fitilhos de PP, redes de contenção e protetores de borda.
  • Check diário: tensionamento, pontos de abrasão e integridade das fixações.

Proteção da colheita e organização do pátio

No período de colheita, a organização define velocidade e segurança. Filmes stretch para paletização estabilizam cargas, facilitam inventário e transporte interno. Bobinas com 12–23 micrômetros são as mais usadas, variando conforme o peso do palete e o nível de atrito entre caixas. Para produtos frescos, caixas plásticas empilháveis com ventilação controlada mantêm integridade e facilitam higienização. Caixas dobráveis reduzem retorno vazio na logística interna entre lavoura e packing house.

Lonas e capas plásticas protegem maquinário estacionado em pátios expostos. Cantoneiras plásticas distribuem pressão de fitas durante cintagem de caixas. Para rotulagem, filmes termoencolhíveis agrupam packs de consumo e uniformizam apresentação. Etiquetas em BOPP imprimem com nitidez e resistem à umidade do ambiente de processamento. A meta é manter fluxo visual claro, cargas estáveis e rastreabilidade por lote, do campo ao caminhão.

  • Stretch: escolha a espessura conforme peso e altura do palete; ajuste a pré-estiragem do aplicador.
  • Caixas: confira capacidade, desenho de ventilação e compatibilidade com paletes usados.
  • Cintas e cantoneiras: protegem quinas e evitam deformações em embalagens.

Segurança, higiene e controle de qualidade

Luvas de nitrila, aventais e botas com componentes plásticos fazem parte da rotina de segurança. Tapetes e forrações de PVC criam zonas limpas em áreas de classificação e embalagem. Em tanques e reservatórios usados no processo, tampas e conexões em PEAD evitam contaminações por materiais soltos. Nas linhas de seleção, filmes de cobertura para mesas e mantas plásticas reduzem risco de lascas e facilitam lavagem com água e detergente adequado.

O controle de qualidade dos plásticos usados no campo começa no recebimento: medir espessura de filmes com micrômetro, checar uniformidade de cor e inspecionar bordas. Em tubulações, um teste de pressão simples antes da operação identifica vazamentos e falhas em conexões. No caso de big bags, verifique etiquetas de capacidade, pontos de içamento e integridade das costuras. Registros fotográficos e planilhas de lote ajudam a relacionar desempenho com condições reais de uso, orientando compras futuras.

  • Pontos de verificação: espessura, aditivação declarada, soldas, costuras e acessórios.
  • Rotina: inspeção de entrada, inspeção durante o uso e checagem pós-uso.
  • Registros: lote, data, área aplicada, condições de clima e ocorrências de manutenção.

Como especificar: passo a passo de compra eficiente

A melhor especificação começa no objetivo. Para cada aplicação, descreva a cultura, o ciclo, a área em hectares e as condições de vento e insolação. Em seguida, defina requisitos mínimos: espessura, aditivos, cor, largura da bobina e tipo de embalagem. Para irrigação, liste pressão de operação, vazão desejada e extensão das linhas. Para geomembranas, detalhe o formato do reservatório, inclinação dos taludes e tipo de solo de base. Quanto mais completa for a descrição, mais fácil será comparar propostas e garantir que todos estejam cotando o mesmo produto.

Na hora de orçar, peça ficha técnica com propriedades físicas, tolerâncias e vida útil estimada. Solicite amostra de filme para testar no campo, quando possível. Em tubulações, confira o padrão de conexão e exija compatibilidade com peças já existentes. Em big bags, peça laudo de capacidade e fotos de costuras. Considere prazos de entrega e disponibilidade de peças de reposição. Uma compra bem especificada reduz retrabalho e evita ajustes apressados durante janelas críticas de plantio e colheita.

  • Checklist de pedido: finalidade, dimensões, espessura, aditivos, cor, tolerâncias e embalagem.
  • Critérios de comparação: ficha técnica, garantia declarada e suporte de instalação.
  • Ensaios práticos: medição de espessura, teste de tração simples e prova de campo em pequena área.

Boas práticas de instalação: do campo ao galpão

Entre a entrega e a instalação, proteja bobinas e peças de sol direto. O calor afeta a manipulação e pode deformar filmes finos. Em canteiros, aplique o mulch com leve tensão e faça a “cama” uniforme. Em estufas, realize a colocação do filme em horário ameno, quando a dilatação é menor. Na montagem de tubulações, lubrifique conexões com produto adequado e marque profundidade de inserção para garantir assentamento completo. Em geomembranas, siga a orientação de soldadores experientes e registre os parâmetros de solda adotados.

No armazenamento de insumos embalados, use paletes com películastretch para consolidar cargas e evitar tombamentos. Em big bags, respeite a altura máxima de empilhamento indicada pelo fabricante. Para lona de silagem, mantenha materiais de lastro posicionados em toda a borda, com espaçamento regular. O objetivo é simples: evitar folgas, entradas de ar e pontos de concentração de esforço. Um bom hábito é revisar fixações após 24 horas da montagem, quando os materiais já acomodaram com a variação térmica do dia.

  • Ferramentas úteis: micrômetro, estilete, fita métrica, manômetro, chave de cinta, marreta de borracha.
  • Equipe: defina responsáveis por cada etapa e por checagens finais.
  • Segurança: use EPIs compatíveis com corte, solda e movimentação de cargas.

Medições e indicadores que evitam erros de projeto

Indicadores simples ajudam a validar decisões. Em irrigação por gotejo, calcule a uniformidade coletando volumes de vários emissores por um minuto. Diferenças grandes exigem revisão de filtros, pressão e limpeza química. Em estufas, acompanhe a temperatura de copa e a difusão de luz com sensores portáteis para avaliar a adequação do filme. Em geomembranas, registre temperatura ambiente e da superfície durante a soldagem; condições fora da faixa sugerida pedem ajuste do equipamento ou pausa até o clima estabilizar.

No uso de silo-bags, acompanhe o alongamento do tubo durante o enchimento. Excesso de dilatação indica compressão além do recomendado, o que reduz segurança mecânica. Em operações com big bags, meça a deflexão das alças sob carga e verifique se o equipamento de içamento está alinhado, evitando torções. Em filmes mulch, monitore bordas após chuvas fortes; se a ancoragem ceder, recompacte imediatamente para impedir o avanço de rasgos. Pequenos controles periódicos mantêm o desempenho dentro do previsto.

  • Gotejo: meta de pressão estável entre o início e o fim de linha, variação máxima recomendada de 0,2–0,3 bar.
  • Silo-bag: acompanhar alinhamento, tensão e integridade da superfície ao longo do comprimento.
  • Estufas: check mensal de fixações, pontos de atrito e higienização leve do filme.

Erros comuns e como evitar retrabalho

Subestimar o vento na instalação de filmes é um erro frequente. O material atua como vela; por isso, escolher horários com menor rajada e contar com equipe suficiente evita rasgos e dobras. Outro deslize é aceitar variações grandes de espessura. Bobinas com pontos finos apresentam falhas em bordas e cantos de canteiros, principalmente onde há pisoteio. Em gotejamento, instalar linhas longas demais para o diâmetro adotado gera baixa uniformidade e compromete o desenvolvimento do talhão nos últimos metros.

Em geomembranas, improvisar ancoragens sem calcular esforços resulta em deslocamentos após eventos de vento. Em big bags, usar equipamentos de içamento inadequados causa tensões assimétricas e rompe costuras. Em lonas de silagem, fixar pouco as bordas abre caminho para entradas de ar nas primeiras chuvas. A prevenção passa por planejamento, listas de verificação e respeito às recomendações técnicas do fabricante para cada produto, sem atalhos.

  • Planejamento climático: escolher janelas de instalação com menor vento e temperatura amena.
  • Conferência de medidas: checar espessura, largura e comprimento antes de iniciar.
  • Treinamento rápido: alinhar procedimentos com a equipe no início do trabalho.

Custos, dimensionamento e cálculo de consumo

Calcular consumo evita sobras e faltas. Para mulch, multiplique a área de canteiros pela largura da faixa, considerando sobreposição de bordas. Adicione margem de 5% a 10% para perdas de corte e ajustes. Em estufas, some cada pano e inclua folgas de fixação. Em gotejo, estime o número de linhas por talhão e o comprimento médio. Some conexões, válvulas e filtros com base em cada setor de irrigação. Em geomembranas, calcule área de base e taludes, com acréscimo para valas de ancoragem e emendas.

Nos custos, avalie o preço por metro quadrado (filmes e lonas) e por metro linear (tubos e fitas de gotejo). Inclua acessórios e mão de obra. No caso de big bags, some cintas, cantoneiras e paletes. Um quadro simples com itens, unidades, quantidades e custo unitário clareia a tomada de decisão. Projetos bem dimensionados usam o material exato, facilitam o cronograma e evitam compras emergenciais em plena safra, quando o tempo é o ativo mais valioso.

  • Parâmetros de cálculo: área, sobreposições, perdas e folgas.
  • Unidades: m² para filmes e lonas; m para tubulações; peças para conexões e acessórios.
  • Reserva técnica: 5%–10% conforme complexidade da instalação.

Checklist final de campo e manutenção

Antes de iniciar a operação, percorra os talhões com uma lista de verificação. Em canteiros, confira tensão e ancoragem do mulch, integridade dos furos e caminho livre para plantio. Em estufas, valide travas de rodapé, fixações ao longo das aranhas e esticadores. Em gotejo, abra setores, observe estabilização de pressão e corrija vazamentos em conexões. No reservatório, revise soldas aparentes, bordas de ancoragem e passagens de tubulação. Em pátios, confira amarrações e integridade de big bags e paletes prontos para expedição.

A manutenção é simples quando há rotina. Guarde bobinas restantes em local seco e protegido do sol direto. Identifique sobras com etiquetas e datas. Em tubulações, programe lavagem e retrolavagem regulares. Revise cintas e fitilhos usados em paletização. Em equipamentos de solda, limpe bicos e registre parâmetros. Pequenas ações no tempo certo prolongam a vida útil percebida e mantêm o desempenho de cada solução plástica dentro do esperado ao longo do ciclo da cultura.

  • Rotina semanal: inspeção visual de filmes, lonas, tubulações e amarrações.
  • Rotina mensal: checagem de pressão nos setores de irrigação e reaperto de fixações.
  • Registro: fotos por talhão e planilha rápida com observações e providências.



Última atualização em 17 de setembro de 2025

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