Marfrig cresce 8,6% em receita e 13% em lucro no segundo trimestre de 2025: a companhia reportou receita líquida consolidada de R$ 37,7 bilhões e lucro líquido de R$ 85 milhões entre abril e junho deste ano. O desempenho veio acompanhado de EBITDA de R$ 3,0 bilhões, com margem de 8%, e redução na alavancagem para 2,7 vezes, ante 3,38 vezes no 2º trimestre de 2024.
Os números refletem ajustes no portfólio, preços mais firmes em algumas frentes e melhora operacional em unidades selecionadas. No período, o fluxo de caixa operacional somou R$ 3,0 bilhões, alta de 17% sobre um ano antes, enquanto o fluxo de caixa livre recorrente ficou em R$ 272 milhões. A gestão reforçou o foco em uso disciplinado de capital e em alongamento da estrutura de dívida.
A fotografia trimestral inclui avanços na operação da América do Sul, com aumento de capacidade e maior participação de cortes com valor agregado, e estabilidade de volumes na América do Norte, onde o maior preço médio sustentou a receita mesmo com margens apertadas. O período também foi marcado pelo avanço de projetos industriais, como a inauguração do complexo de Promissão (SP), após investimentos de R$ 548 milhões.
Ao mesmo tempo, a participação da BRF no consolidado contribuiu para o crescimento do grupo. A empresa de alimentos registrou receita líquida de R$ 15,4 bilhões e EBITDA ajustado de R$ 2,5 bilhões no trimestre, com margem de 16,4%. O resultado foi influenciado por eficiência operacional e captura de valor em categorias estratégicas.
Resumo do 2º trimestre de 2025
A Marfrig Global Foods S.A. (B3: MRFG3; ADR: MRRTY) encerrou o 2T25 com receita líquida de R$ 37,7 bilhões, avanço de 8,6% ante o 2T24. O lucro líquido ficou em R$ 85 milhões, crescimento de 13% na mesma base de comparação. O EBITDA atingiu R$ 3,0 bilhões e a margem consolidada ficou em 8%, mostrando resiliência diante de realidades distintas entre as regiões de atuação.
O caixa gerado pelas operações somou R$ 3,0 bilhões, 17% acima do registrado um ano antes, o que reforça a capacidade de financiar capital de giro, suportar investimentos e reduzir passivos. O fluxo de caixa livre recorrente, de R$ 272 milhões, indica equilíbrio entre necessidades de curto prazo e disciplina de caixa, em um trimestre com desembolsos relevantes em expansão e manutenção de plantas.
Como a receita se dividiu entre os negócios
Entre abril e junho, a distribuição do faturamento consolidado refletiu a presença global da companhia. A Operação América do Sul respondeu por 11% da receita líquida. A Operação América do Norte representou 49%. Os demais 40% vieram da venda de produtos derivados de aves e suínos, segmentos nos quais a BRF tem atuação de destaque, com presença em categorias de consumo recorrente e ampla capilaridade comercial no Brasil e no exterior.
Essa composição ajuda a diluir riscos de ciclos regionais e a suavizar oscilações de demanda. Em trimestres de maior estreitamento de margens no abate de bovinos nos Estados Unidos, por exemplo, a contribuição de alimentos processados e carnes de outras proteínas tende a amortecer a volatilidade. Ao mesmo tempo, momentos de maior disponibilidade de gado na América do Sul permitem avanço de volumes e de mix, apoiando rentabilidade.
América do Sul: mais capacidade, volume maior e foco em valor agregado
A Operação América do Sul registrou receita líquida de R$ 4,03 bilhões no 2T25, alta próxima de 10% na comparação anual. O EBITDA ajustado foi de R$ 439 milhões, com margem de 10,9%. O período teve aumento de capacidade de abate e desossa, com ramp-up de projetos e maior uso de complexos voltados a produtos com marca e cortes de maior valor. Esse direcionamento contribuiu para a expansão de rentabilidade, mesmo com custos ainda pressionados por insumos e logística em frentes específicas.
O volume de vendas na região atingiu 205 mil toneladas, crescimento de 7,8% ante o 2T24. As vendas no mercado doméstico representaram 66% do total, favorecidas por um portfólio que combina cortes in natura e itens industrializados para varejo e food service. Nas exportações, que responderam por 55% da receita da América do Sul, o destaque foi o fortalecimento de embarques para Europa e China, mercados que demandam rastreabilidade de origem, consistência de padrão e regularidade de fornecimento.
Novo complexo de Promissão (SP) e avanço de projetos em Várzea Grande (MT)
O trimestre marcou a inauguração do complexo de Promissão (SP), que recebeu investimentos de R$ 548 milhões. A planta amplia a capacidade de abate e de desossa e foi desenhada para acelerar a produção de itens com maior valor por quilo, além de reforçar a flexibilidade na alternância entre linhas voltadas ao mercado interno e ao externo. O projeto considera rotas de escoamento, proximidade de fornecedores e sinergias com outras unidades do centro-sul, reduzindo tempos de transporte e custos associados.
Além de Promissão, expansões em Várzea Grande ajudam a diluir gargalos, a modernizar processos e a elevar a taxa de utilização das plantas. A combinação de infraestrutura atualizada e gestão de confinamentos permite manter níveis altos de ocupação e maior previsibilidade de oferta. Isso facilita fechar contratos, planejar turnos, negociar insumos e proteger margens em janelas de oscilação de preço bovino na origem.
América do Norte: receita sustentada por preço, margens ainda comprimidas
Na América do Norte, a receita líquida do trimestre foi de US$ 3,26 bilhões, alta de 5,3% em relação ao 2T24, impulsionada por maior preço médio. O EBITDA ajustado ficou em US$ 25 milhões, com margem de 0,8%. O cenário refletiu menor disponibilidade de animais prontos para abate em alguns estados e custos de matéria-prima mais altos, fatores que comprimem spreads da indústria de carne bovina na região.
A National Beef, controlada da Marfrig nos Estados Unidos, registrou vendas totais de 468 mil toneladas, com 88% do volume direcionado ao mercado doméstico. A estratégia foi concentrar esforços em eficiência de processos, controle de perdas e atendimento a contratos de clientes-chave, evitando descontos agressivos em períodos de oferta mais restrita. A disciplina comercial vem sendo determinante para preservar margens e manter a carteira de pedidos ativa.
Caixa, endividamento e alocação de capital: disciplina no centro da estratégia
O fluxo de caixa operacional de R$ 3,0 bilhões confirma a capacidade de geração de recursos do negócio. A gestão do capital de giro teve papel relevante, com atenção à rotação de estoques, ao prazo médio de recebimento e às condições de fornecedores. O fluxo de caixa livre recorrente, de R$ 272 milhões, mostra que, mesmo diante de investimentos e pagamentos sazonais, a companhia encerrou o trimestre com saldo positivo após despesas financeiras e impostos.
A alavancagem medida por dívida líquida sobre EBITDA encerrou em 2,7 vezes, melhor que as 3,38 vezes do 2T24. O movimento indica redução gradual do risco financeiro e mais espaço para atravessar ciclos menos favoráveis. A estratégia de alocação de capital permanece centrada em manutenção e expansão seletiva de ativos, reforço do giro e gestão ativa do perfil do passivo, buscando alongar vencimentos e reduzir custo médio quando as condições de mercado permitem.
Mix de produtos e preços: como o portfólio ajuda a proteger margens
A priorização de cortes premium, porcionados e itens com marca tende a elevar o ticket médio e a diluir custos fixos por unidade produzida. Nas praças sul-americanas, a expansão de linhas com maior valor por quilo contribuiu para o avanço de margem da operação, enquanto a maior disponibilidade de canais de venda reduz a necessidade de descontos para escoamento de volumes em momentos de maior oferta de gado.
Na América do Norte, com disponibilidade animal apertada, os preços reagem, mas a captura de valor não é imediata por toda a cadeia. A Marfrig buscou preservar spreads priorizando clientes com contratos de maior previsibilidade e exigências claras de qualidade, o que diminui a exposição a leilões pontuais. O efeito é uma performance acima da média setorial em eficiência operacional, mesmo com margem ainda comprimida no trimestre.
A participação da BRF no consolidado e o efeito das proteínas complementares
Os 40% do faturamento consolidado ligados a produtos de aves e suínos reforçam a diversificação da Marfrig. A BRF registrou receita líquida de R$ 15,4 bilhões e EBITDA ajustado de R$ 2,5 bilhões, com margem de 16,4% no 2T25. A melhora de desempenho em categorias de maior giro no varejo e no food service ajuda a suavizar a volatilidade típica do ciclo do boi e garante um fluxo de caixa mais estável ao grupo.
A presença forte em itens processados e in natura de aves e suínos cria sinergias logísticas, comerciais e de suprimentos. Em regiões onde a sazonalidade do gado influencia preços e disponibilidade, a plataforma multicarne oferece alternativas para manter ocupação de fábricas, otimizar transporte e garantir melhor aproveitamento de subprodutos. Esse mosaico de receitas também facilita negociações com grandes redes e distribuidores.
Exportação x mercado interno: dois canais com dinâmicas distintas
No 2T25, 66% do volume vendido pela Operação América do Sul foi destinado ao mercado doméstico. A demanda local se apoia em consumo fora do lar em expansão e em redes de varejo com cadernos de promoções mais equilibrados. O ambiente ajuda a girar estoques e a trabalhar o portfólio por faixas de preço, mantendo presença nas gôndolas e em cardápios de grandes clientes.
Nas exportações, 55% da receita da América do Sul teve como destino mercados que pagam por padronização, rastreabilidade e constância de embarques. A estratégia passa por calibrar cortes demandados por cada região, cumprir cronogramas e aproveitar janelas de câmbio. Esse equilíbrio entre canais reduz a dependência de um único mercado e favorece a estabilidade de margens ao longo do ano.
Custos, spreads e eficiência: o que pesou na margem do trimestre
O spread da indústria de carne bovina depende basicamente da diferença entre o preço da arroba ou do animal comprado e o preço de venda dos cortes e subprodutos. No 2T25, a América do Norte enfrentou custos mais altos de matéria-prima e disponibilidade limitada de animais prontos, pressionando a margem. Já na América do Sul, a maior ocupação das plantas e a venda de itens de maior valor contribuíram para um desempenho superior no período.
Medidas de eficiência operacional tiveram peso: melhor aproveitamento de carcaça, redução de perdas em processos críticos, ajuste fino de turnos e revisão de contratos logísticos. A digitalização de rotinas de planejamento e controle de qualidade ajuda a detectar desvios rapidamente, corrigir rotas e distribuir capacidade entre unidades. Esses ganhos se somam a uma atuação comercial que evita descontos desnecessários e protege margens em semanas de maior volatilidade.
Investimentos: critérios de retorno e prioridades em ativos produtivos
Os investimentos do trimestre se concentraram em expansão de capacidade, modernização de linhas e manutenção de plantas estratégicas. Projetos como o de Promissão priorizam retorno medido por geração de caixa incremental, melhora da margem por mix e ganhos de produtividade. A avaliação inclui análise de payback, impacto no custo por tonelada e sinergias com ativos próximos para otimizar utilização de frotas e equipes.
Esse direcionamento busca tornar a base industrial mais flexível, capaz de alternar entre produção para mercados locais e externos conforme a demanda. Ele também reduz a necessidade de paradas para manutenção corretiva, que são mais caras e imprevisíveis, ao adotar planos de manutenção preventiva e preditiva. O resultado é maior disponibilidade de linhas críticas e melhor ritmo de entregas ao longo do trimestre.
Leitura dos indicadores: o que significam EBITDA, margem e alavancagem
O EBITDA de R$ 3,0 bilhões, com margem de 8%, mede o resultado operacional antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização. Embora não substitua o lucro líquido, o indicador permite comparar desempenho entre trimestres e segmentos com estruturas de capital diferentes. Uma margem estável ou crescente sugere eficiência no repasse de custos e no controle de despesas, sobretudo em mercados competitivos.
A alavancagem de 2,7 vezes indica quantas vezes o EBITDA cobre a dívida líquida. A queda ante 3,38 vezes no 2T24 amplia a folga para honrar compromissos e, potencialmente, negociar condições melhores com credores. Para investidores, níveis mais baixos de alavancagem tendem a se traduzir em menor risco e em maior capacidade de atravessar ciclos setoriais sem recorrer a captações onerosas.
Câmbio, preços internacionais e formação de resultado em empresas globais
Empresas com receita em diferentes moedas, caso da Marfrig, convivem com impactos de câmbio nas linhas de resultado. Variações do real frente ao dólar afetam a conversão de receitas e custos. Em períodos de dólar mais forte, a receita exportadora em reais tende a crescer, mas insumos dolarizados podem pesar. O resultado líquido depende de como cada unidade de negócios se posiciona em contratos, prazos de pagamento e estoques.
Nos Estados Unidos, os preços de carne bovina seguem dinâmicas internas, ligadas a oferta de gado, custo de ração, clima e consumo. Na América do Sul, o abate acompanha ciclos pecuários locais e demanda externa. A gestão de risco considera essas variáveis e utiliza instrumentos comerciais e operacionais para reduzir volatilidade, como diversificação de clientes, travas de preço em contratos e ajustes de mix por destino.
Mercado doméstico em alta e varejo: influência sobre volumes e preços
O aumento da participação do mercado doméstico no volume vendido na América do Sul, que alcançou 66% no 2T25, dialoga com a retomada de consumo fora do lar e com promoções mais previsíveis no varejo alimentar. Quando o consumidor encontra cortes com regularidade e preço adequado, o giro cresce e as empresas conseguem planejar melhor a produção, reduzindo horas ociosas e perdas ao longo da cadeia.
Esse movimento também favorece a venda de produtos porcionados e embalagens ajustadas ao tíquete médio das famílias. O efeito é um portfólio mais granular, com maior capacidade de ocupar diferentes faixas de preço. Para a indústria, cada real de ganho no preço médio ajuda a diluir custos fixos, enquanto a previsibilidade do canal reduz a necessidade de campanhas de desova em momentos de maior oferta.
Cadeia de suprimento e ocupação de plantas: por que confinamentos importam
Manter altos níveis de ocupação nos frigoríficos exige previsibilidade de oferta. Os confinamentos funcionam como ferramenta para regular a entrada de animais prontos e, assim, suavizar picos e vales de abate. Com a matéria-prima chegando de forma mais estável, é possível desenhar turnos, sincronizar linhas de desossa e garantir que as áreas de embalagem e expedição operem sem gargalos.
Essa previsibilidade se traduz em ganhos de eficiência e em melhor aproveitamento da mão de obra. Ela também facilita o atendimento de pedidos com especificações rígidas de padronização, comuns em contratos com grandes redes e clientes industriais. Ao reduzir cancelamentos e remarcações, a empresa preserva margens e fortalece a relação comercial com compradores estratégicos.
O que disseram os executivos sobre a performance do trimestre
Na avaliação da liderança da Marfrig na América do Sul, decisões estratégicas de concentrar produção em complexos voltados a itens com maior valor foram determinantes para o resultado. Expansões recentes em Várzea Grande e Promissão contribuíram para elevar o nível de ocupação e a margem. A leitura é de que a priorização de linhas com marca e de cortes demandados pelos principais clientes sustentou o desempenho trimestral, mesmo com custos desafiadores em frentes específicas.
Na América do Norte, a administração destacou a baixa disponibilidade animal e o aumento de custos de matéria-prima como fatores setoriais adversos. Ainda assim, a National Beef manteve o foco em excelência operacional e disciplina comercial, priorizando contratos que preservam spreads. O resultado foi uma performance acima da média do setor em eficiência, com vendas de 468 mil toneladas e 88% do volume direcionado ao mercado doméstico.
Como ler o balanço: pontos de atenção para investidores e leitores
Ao analisar o 2T25, vale observar a relação entre crescimento de receita e evolução de margem. Avanços simultâneos indicam venda de um portfólio mais rentável ou controle de custos em linha com a inflação setorial. Outro ponto é a conversão do EBITDA em caixa: a geração operacional acima do ano anterior mostra que a empresa não dependeu de fatores extraordinários para entregar um trimestre positivo em liquidez.
Também merecem atenção a evolução da dívida e o perfil de vencimentos. A queda na alavancagem para 2,7 vezes reforça a capacidade de honrar compromissos e manter investimentos essenciais. Por fim, a distribuição de receita por regiões e proteínas funciona como um colchão contra choques localizados. Mudanças nessa composição podem indicar novas prioridades estratégicas ou resposta a dinâmicas de mercado.
Perguntas e respostas rápidas: números e conceitos do 2T25
Quais foram os destaques do trimestre? Receita líquida de R$ 37,7 bilhões (+8,6% ano a ano), lucro líquido de R$ 85 milhões (+13%), EBITDA de R$ 3,0 bilhões (margem de 8%) e fluxo de caixa operacional de R$ 3,0 bilhões (+17%). Alavancagem caiu para 2,7 vezes, ante 3,38 vezes no 2T24, mostrando desalavancagem contínua em 12 meses.
Como ficou a divisão de receitas? América do Sul com 11%, América do Norte com 49% e 40% provenientes de produtos de aves e suínos ligados à BRF. E o desempenho por região? América do Sul com receita de R$ 4,03 bilhões, EBITDA de R$ 439 milhões e margem de 10,9%; América do Norte com receita de US$ 3,26 bilhões, EBITDA de US$ 25 milhões e margem de 0,8%.
Métricas operacionais: volumes, destinos e composição das vendas
O volume de vendas da Operação América do Sul foi de 205 mil toneladas, avanço de 7,8% contra o 2T24. O mercado doméstico respondeu por 66% desse total, com destaque para canais de varejo e food service. Entre os destinos externos, Europa e China ganharam peso no mix, apoiando preços médios e garantindo regularidade de embarques ao longo do trimestre.
Na América do Norte, as vendas totalizaram 468 mil toneladas, com predominância do mercado interno, que absorveu 88% do volume. O foco da operação foi preservar contratos e priorizar relações comerciais de longo prazo. Essa orientação oferece visibilidade de demanda e reduz a exposição a oscilações abruptas de preços em mercados spot.
Riscos e variáveis do setor: o que pode mexer com os resultados ao longo do ano
A indústria de carnes convive com fatores que podem alterar margens em curtos espaços de tempo. Disponibilidade de gado para abate, custo de reposição, mudanças em hábitos de consumo e variações cambiais estão entre as variáveis mais relevantes. A resposta das empresas passa por ajustes de mix, revisão de preços, renegociação de prazos e realocação de produção entre plantas de diferentes regiões.
Nesse contexto, a diversificação de mercados e de proteínas tende a reduzir o impacto de choques localizados. Contratos de fornecimento com clientes-chave, gestão de estoques e uso de inteligência de demanda ajudam a suavizar a volatilidade. A disciplina financeira, refletida em geração de caixa e controle de alavancagem, funciona como uma camada adicional de proteção em ciclos mais apertados.
Calendário corporativo e próximos marcos do ano para o setor
No segundo semestre, empresas de proteína animal costumam atravessar períodos de sazonalidade específicos em mercados interno e externo. Em varejo, datas promocionais podem influenciar volumes e mix. No comércio exterior, janelas de embarque e alocação de cota por destino impactam preço e composição de vendas. A gestão operacional precisa acompanhar esses movimentos para ajustar turnos e rotas de distribuição com agilidade.
Para investidores e analistas, relatórios de produção, dados de exportação e indicadores de preços de gado e cortes seguem no radar. Mudanças nessas métricas ao longo dos próximos meses ajudam a entender a direção das margens. Em paralelo, a evolução do câmbio e o custo de capital local influenciam decisões de investimento e o ritmo de projetos industriais já anunciados.
Panorama consolidado: por que o 2T25 foi considerado positivo
O conjunto de indicadores aponta um trimestre de execução sólida. A receita cresceu, o lucro avançou e a geração de caixa operacional foi superior à de um ano antes. Mesmo com desafios na América do Norte, a combinação de preços e foco em eficiência manteve a região relevante no consolidado. Na América do Sul, o aumento de capacidade, a elevação de volumes e o avanço do mix contribuíram para margens mais saudáveis.
A queda na alavancagem reforça a trajetória de fortalecimento do balanço. Com projetos industriais entrando em operação e maior previsibilidade de oferta por meio de confinamentos e parcerias, a companhia amplia sua capacidade de atender mercados internos e externos com regularidade. Essa base oferece suporte para atravessar ciclos e capturar oportunidades em segmentos de maior valor.
Última atualização em 24 de agosto de 2025