Suinocultura Blindada pela Biosseguridade: Destaque na Edição de Junho da Revista Suinocultura Industrial
Recentemente, um caso isolado de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) foi registrado em uma granja do Rio Grande do Sul. Embora esse acontecimento não tenha impacto direto na suinocultura, o setor se mobilizou para revisar e reforçar seus protocolos de biosseguridade. Essa proatividade revela a importância da prevenção na cadeia produtiva, que já é reconhecida pela sua rigidez e boas práticas.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), enfatiza a responsabilidade coletiva na manutenção da saúde animal. Os altos padrões de biosseguridade adotados pelas granjas brasileiras, que seguem rígidos protocolos internacionais, são essenciais para garantir a qualidade da produção e a saúde dos rebanhos.
A Importância da Biosseguridade na Suinocultura Brasileira
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne suína, enviando mais de 25% de sua produção para cerca de 90 países. Nesse contexto, a biosseguridade não é apenas uma prática recomendada, mas um requisito fundamental para acessar mercados internacionais exigentes. Os protocolos de biosseguridade asseguram que desde o campo até o frigorífico, cada passo seja cuidado para evitar a introdução e disseminação de doenças.
Os fatores como rastreabilidade e controle de acessos são essenciais. Santin ressalta que a cultura das boas práticas sanitárias forma a espinha dorsal da segurança no setor, resultado de décadas de investimentos em infraestrutura e capacitação. Esse histórico não só preserva a saúde dos suínos, mas também permite responder de forma rápida a crises sanitárias.
A Reação Rápida a Crises: Um Diferencial Competitivo
A rápida resposta à emergência de saúde animal é crucial. Situações como a do IAAP mostram que a velocidade de reação de importadores pode impactar diretamente o comércio. A colaboração entre o setor privado e os serviços de defesa agropecuária é vital para a ação eficaz em situações adversas. Santin destaca que essa articulação é um fator determinante para a credibilidade internacional do Brasil como fornecedor de proteína animal.
O país se mantém livre de doenças severas, como a Peste Suína Africana (PSA), graças à implementação rigorosa de protocolos e à constante inovação nas práticas de biosseguridade. Essa abordagem proporciona uma proteção robusta, essencial em um cenário de constante ameaça de novas enfermidades.
Evolução das Estruturas de Biosseguridade: O Exemplo da Frimesa
Empresas do setor, como a Frimesa Cooperativa Central, localizada no oeste do Paraná, aplicam um protocolo de biosseguridade com mais de 140 itens. Essa abordagem cuidadosa reflete uma preocupação constante com a proteção do rebanho. De acordo com Luana Rocha, gerente de Suprimentos da Frimesa, a proteção contra contaminantes externos é uma prioridade, destacando a importância de cercas e telas na prevenção de acessos indesejados.
Além disso, a separação entre áreas limpas e sujas é vital. A questão dos roedores, que podem carregar doenças, é um desafio permanente. Luana enfatiza que, embora a infraestrutura possa ser melhorada, a verdadeira dificuldade reside na conscientização dos colaboradores sobre as práticas de biosseguridade.
Capacitação e Conscientização: O Caminho para a Efetividade
A capacitação contínua dos colaboradores é uma parte crucial na implementação e manutenção de protocolos de biosseguridade. Mônica Santi, gerente de Parcerias da Master Agroindustrial, observa que, apesar de todo investimento em infraestrutura, a resistência a algumas práticas ainda é um desafio. Essa resistência pode comprometer a eficácia das medidas adotadas.
A Master Agroindustrial, que abate 3 mil suínos por dia e destinou 65% de sua produção à exportação, comprometeu-se com a biosseguridade ao se tornar parceira da Embrapa em um projeto piloto para um sistema multifatorial de biosseguridade. Esse projeto visa fortalecer a saúde dos rebanhos e educar os produtores sobre a importância da prevenção, especialmente em relação a doenças como o Senecavirus, que tem mostrado ser um problema endêmico na região.
O Futuro da Biosseguridade na Suinocultura
O fortalecimento da biosseguridade na suinocultura é um imperativo que deve ser mantido. À medida que novas doenças emergem, as empresas estão sendo desafiadas a se adaptar e inovar constantemente. O aprimoramento contínuo dos protocolos de biosseguridade não apenas protege os rebanhos, mas também solidifica a posição do Brasil no mercado global.
A combinação de tecnologia, capacitação humana e protocolos rigorosos contribuirá para um futuro saudável e sustentável para a suinocultura. Manter um diálogo aberto entre as partes interessadas, incluindo produtores, pesquisadores e autoridades governamentais, é essencial na luta constante contra ameaças sanitárias.
Sinergia entre Setores: Uma Abordagem Integrada
A colaboração entre diferentes setores da cadeia produtiva é fundamental para garantir a eficácia das práticas de biosseguridade. Santin menciona que a intensificação da conscientização e a responsabilidade coletiva são passos importantes para manter a saúde animal em alta. Essa sinergia é benéfica não apenas para a suinocultura, mas para toda a agropecuária nacional.
As ações conjuntas entre empresas, instituições de pesquisa e órgãos governamentais podem criar um ambiente mais seguro e resiliente, capaz de enfrentar os desafios emergentes. Essa abordagem integrada é, sem dúvida, o caminho para um futuro promissor na produção de proteína animal no Brasil.
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Última atualização em 2 de julho de 2025