Santa Catarina celebra 18 anos como zona livre de Febre Aftosa sem vacinação
No dia 25 de maio, mais de uma década de esforços culminou na comemoração de 18 anos de Santa Catarina como uma Zona Livre de Febre Aftosa sem a necessidade de vacinação, um status reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Desde a certificação em 2007, o estado se solidificou como uma referência em sanidade animal, sendo um marco para a agropecuária brasileira e abrindo portas para mercados internacionais exigentes, especialmente no setor de carnes.
Pioneirismo e Vigilância Contínua
Santa Catarina se destacou como o primeiro estado brasileiro a conquistar este status sanitário diferenciado, resultado de um compromisso contínuo e rigoroso da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Essa conquista foi construída ao longo de várias décadas, com a implementação de práticas inovadoras como a identificação individual de bovinos e bubalinos, utilizando brincos com identificação numérica. Além disso, foram estabelecidas barreiras sanitárias nas divisas do estado, que atuam como um escudo contra a reintrodução da doença.
Desde o último foco de febre aftosa registrado em 1993, a ação coordenada de fiscalização aumentou significativamente. A vacinação na região foi suspensa em 2000, e um rigoroso sistema de monitoramento foi colocado em prática. Atualmente, são mantidos 56 postos de fiscalização fixa, com funcionamento contínuo, 24 horas por dia, 7 dias por semana, garantindo a sanidade agropecuária do estado em todos os níveis.
Impacto Econômico e Reconhecimento Internacional
O status de zona livre sem vacinação trouxe vantagens econômicas significativas. Santa Catarina conseguiu expandir suas exportações de carnes, alcançando mais de 150 países. Mercados de alta exigência, como Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul, passaram a confiar na qualidade dos produtos catarinenses. A suinocultura, em particular, não apenas floresceu, mas consolidou o estado como o maior exportador de carne suína do Brasil.
A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, enfatizou que o sucesso deste status se deve a uma colaboração sólida entre o governo estadual, os profissionais do setor e os produtores rurais. Ela afirma: “O trabalho incansável realizado há décadas em Santa Catarina resultou na conquista do certificado internacional de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação”, o que ressoa não só na economia local, mas também na segurança alimentar global.
Compromisso com a Sanidade Animal
Para marcar a importância desta data, a Cidasc organizou o Fórum Anual de Febre Aftosa, realizado no dia 27 de maio. Com transmissão ao vivo pelo YouTube da Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, o evento visou discutir e reforçar a vigilância sanitária. O fórum é aberto ao público e busca envolver toda a sociedade nas estratégias para manter o estado livre da febre aftosa.
A aniversário de 18 anos como uma zona livre de febre aftosa reforça a imagem de Santa Catarina como um exemplo de excelência na sanidade animal. O estado demonstra de forma clara que o investimento na saúde dos rebanhos é fundamental para o desenvolvimento econômico e a segurança alimentar, refletindo a dedicação incessante de todos os envolvidos.
Histórico da Febre Aftosa e suas Consequências
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta diversos animais, especialmente bovinos e suínos, causando perdas econômicas substanciais. Quando não controlada, a doença pode levar a restrições severas ao comércio, como foi visto em várias regiões do mundo. Essas restrições não apenas afetam o bem-estar econômico dos produtores, mas também a segurança alimentar nas comunidades locais e além.
A introdução de uma rigorosa política de controle da febre aftosa em Santa Catarina, posteriormente culminando na exclusão da vacinação, se tornou um exemplo para outros estados e países. O sucesso do modelo catarinense pode ser atribuído à combinação de fiscalização efetiva, educação dos produtores e pesquisa contínua no campo da sanidade animal.
O Papel da Tecnologia na Monitorização Sanitária
A tecnologia desempenha um papel crucial na monitorização sanitária e na prevenção de surtos de febre aftosa. Inovações como o uso de sistemas de rastreamento e geolocalização ajudam a manter um controle mais efetivo sobre os rebanhos e as movimentações de animais. Além disso, a implementação de softwares específicos para gestão agropecuária tem fortalecido a tomada de decisões informadas por parte dos produtores.
Exemplos de software como o Sigo Agro (Sistema Integrado de Gestão de Animais), que ajudam na gestão e registro de informações sanitárias, têm sido fundamentais para que os agricultores mantenham um controle rigoroso de suas criações. Essas ferramentas permitem não apenas a documentação, mas também facilitam a comunicação entre as partes interessadas, incluindo autoridades sanitárias e produtores.
Desafios Futuros e Sustentabilidade
Apesar do sucesso consolidado, Santa Catarina enfrenta desafios contínuos. A pressão para manter o status de zona livre é constante, especialmente com as mudanças climáticas e a evolução de doenças. O comprometimento com a sustentabilidade é essencial; as práticas agrícolas devem ser adaptativas e resilientes, minimizando os impactos ambientais e mantendo a segurança alimentar.
A formação de várias parcerias entre o setor público e privado é fundamental para enfrentar esses desafios. É essencial que haja um fluxo de informações eficiente entre governos, cientistas e produtores, para que as melhores práticas sejam adotadas e os riscos sejam minimizados. Sem esse diálogo contínuo, o que foi conquistado pode ser facilmente colocado em risco.
Futuras Perspectivas
O futuro de Santa Catarina como uma zona livre de febre aftosa sem vacinação parece promissor, mas requer vigilância constante e inovação. A experiência do estado é um testemunho do que pode ser alcançado com comprometimento e um enfoque sistemático na sanidade animal. Caminhando para os próximos anos, a intenção é aprofundar mais ainda as práticas de controle e monitoramento, assegurando que Santa Catarina continue a ser uma referência mundial em saúde animal.
A trajetória de sucesso e a transformação de Santa Catarina em um modelo de sanidade animal foram construídas através do trabalho em equipe e da inovação contínua. Com um foco compartilhado na saúde e no bem-estar dos rebanhos, o estado se prepara para enfrentar os desafios que o futuro reserva, sempre visando garantir a qualidade de seus produtos e a confiança dos mercados consumidores.
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Última atualização em 4 de junho de 2025