Fávaro descarta 3 focos de gripe aviária, inclusive no Rio Grande do Sul
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou o descarte de três focos suspeitos de gripe aviária em diferentes regiões do Brasil, incluindo o estado do Rio Grande do Sul. Dos seis casos que estavam em investigação, três foram oficialmente confirmados como negativos para a doença, uma notícia que traz alívio em meio a preocupações crescentes sobre o impacto da infeção no setor avícola nacional.
Em uma coletiva de imprensa realizada em 19 de maio de 2025, o ministro Carlos Fávaro detalhou os resultados das investigações em andamento, ressaltando o compromisso do governo com a transparência e a segurança sanitária. Segundo dados apresentados, os casos descartados ocorreram em Nova Brasilândia (MT), Graccho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), todos envolvendo aves de subsistência, e não apresentam risco de propagação da influenza aviária.
Detalhes das investigações e casos ainda em análise
Além dos três focos descartados, o Mapa mantém sob investigação outras quatro suspeitas, localizadas em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), Salitre (CE) e Estância Velha (RS). Essas amostras estão em processo de análise para confirmação ou descarte da presença do vírus de alta patogenicidade.
O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, esclareceu que as investigações seguem rigorosamente os protocolos de vigilância e controle. Ele destacou que, do total de seis casos investigados inicialmente, metade já foram excluídos como focos da doença, o que demonstra eficiência no monitoramento e resposta rápida das autoridades competentes.
Casos confirmados no Rio Grande do Sul e análises genômicas
O Rio Grande do Sul continua sendo o estado com casos confirmados da gripe aviária no Brasil. Um surto foi identificado em Montenegro, em uma granja comercial, e outro caso em um cisne-de-pescoço-preto na cidade de Sapucaia do Sul. Atualmente, as amostras desses casos passam por análises genômicas para entender a origem do vírus e sua relação com o ciclo migratório das aves silvestres.
Fávaro enfatizou que o vírus já circula mundialmente desde 2006 e que a entrada do vírus em plantéis comerciais não deve ser vista como um evento isolado. Ele também ressaltou a importância da robustez do sistema brasileiro de defesa agropecuária, destacando os bloqueios sanitários implementados para conter a disseminação da doença.
Impacto comercial internacional e resposta dos países parceiros
O surto da gripe aviária no Brasil tem provocado impactos significativos nas exportações no setor avícola. O Brasil possui 160 países parceiros para exportação de aves, e 11 desses países já se manifestaram oficialmente, adotando medidas que vão desde o fechamento total das compras até restrições específicas.
Entre os países que fecharam completamente o mercado para as aves brasileiras estão México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina. Já Cuba e Bahrein suspenderam as importações apenas do mercado gaúcho. Japão e Cingapura adotaram restrições dentro de um raio determinado dos focos confirmados, limitando a circulação dos produtos nessas áreas.
Consequências econômicas para o setor avícola brasileiro
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, reportados pela CNN Brasil, o Brasil poderá enfrentar uma perda superior a R$ 1,3 bilhão por mês em receitas de exportação de carne de aves devido às interrupções nas compras de importantes mercados internacionais. Apenas em abril de 2025, as vendas para seis dos principais destinos afetados somaram mais de US$ 230 milhões.
Essa interrupção nas exportações representa um desafio econômico expressivo para o setor, exigindo atenção às medidas de controle e prevenção para garantir a retomada da confiança dos parceiros comerciais internacionais e a estabilidade das cadeias produtivas.
Medidas adotadas pelo Ministério da Agricultura e perspectivas futuras
O Ministro Carlos Fávaro afirmou que, apesar dos desafios atuais, não há, por enquanto, necessidade de aportes financeiros exclusivos para o combate à gripe aviária, já que o Ministério lida simultaneamente com outras emergências sanitárias, como monilíase e pragas agrícolas. O foco permanece na eficiência das ações já em curso, como bloqueios rigorosos e transparência nas informações prestadas à população e aos parceiros comerciais.
A estratégia adotada pelo governo inclui a análise genômica contínua dos vírus detectados, ampliação dos controles sanitários nas regiões afetadas e a preparação para eventuais reforços no orçamento caso a situação se agrave. O ministro também destacou o compromisso em fortalecer o sistema brasileiro de defesa agropecuária, preservando a saúde do rebanho e a segurança alimentar do país.
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Última atualização em 24 de maio de 2025