Mercado de suínos se recupera com preços atrativos e oportunidades para produtores profitarem.

Mercado de suínos se recupera com preços atrativos e oportunidades para produtores profitarem.

Após recuo, mercado de suínos volta a aquecer

Nos últimos 30 dias, o mercado de suínos no Brasil passou por um período turbulento, em grande parte devido aos efeitos da gripe aviária nas granjas de aves. O impacto imediato das notificações nas exportações de frango gerou uma série de reações em outras cadeias de proteínas, especialmente na suinocultura. Contudo, após esse recuo, já é possível perceber sinais de recuperação nas cotações e um aquecimento gradual no setor.

Impacto da Gripe Aviária nas Exportações

A notificação de um foco de gripe aviária em granjas do Rio Grande do Sul, em 16 de maio, afetou diretamente as exportações de frango, que diminuíram em mais de 17% em maio em comparação com abril. Essa redução forçou uma reação em cadeia, provocando um impacto significativo nas cotações do suíno, que já estavam vigorosamente ajustadas à demanda. Os preços das cotações nas principais praças caíram repentinamente, evidenciando a vulnerabilidade do mercado de proteínas a tais ocorrências sanitárias.

Como revelado por dados da Bolsa de Suínos de Belo Horizonte (BSEMG), os preços dos suínos sofreram uma queda acentuada logo após a notificação do foco de gripe. Essa situação acendeu um alerta entre produtores e investidores, levando a um ambiente de especulação em torno do setor de carnes. De acordo com a tabela de preços, a desvalorização foi rápida e preocupante, exigindo uma análise cuidadosa para compreender as dinâmicas em jogo.

Expansão das Exportações de Carne Suína

Apesar do cenário desafiador com o frango, as exportações de carne suína vêm atingindo patamares recordes. Nos primeiros cinco meses de 2025, o Brasil exportou mais de 73 mil toneladas a mais de carne suína in natura em comparação ao mesmo período do ano anterior, um aumento significativo de 16,8%. Este contraste destaca a resiliência do setor de suínos frente aos desafios do mercado.

Um aspecto notável é a perda de participação da China como principal importadora. Embora o cenário mundial esteja mudando, a demanda por carne suína brasileira se mantém forte em diversos outros mercados, permitindo que os exportadores brasileiros se adaptem e diversifiquem suas estratégias comerciais. Os números refletem não apenas uma recuperação, mas também uma posição competitiva fortalecida no mercado internacional.

Cenário de Produção e Abate

O IBGE divulgou dados recentes que confirmam um leve crescimento na produção de suínos no Brasil no primeiro trimestre de 2025. Embora os números ainda sejam tímidos, são indicativos de uma recuperação modesta da confiança entre os produtores. O aumento de abate nos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais contrasta com a queda em São Paulo e Mato Grosso do Sul, apresentando uma variação geográfica nas tendências produtivas.

Esse crescimento limitado na produção, aliado ao aumento significativo nas exportações, sugere um estreitamento da oferta no mercado doméstico. Com a menor disponibilidade de suínos, espera-se que as cotações do suíno vivo e das carcaças continuem a subir, especialmente em um contexto onde a pressão sobre o frango já diminuiu, permitindo um espaço para valorização.

Influência do Mercado de Milho e Farelo de Soja

A relação de troca entre o suíno vivo e os insumos básicos como milho e farelo de soja tem se mostrado favorável, mesmo com os desafios recentes. A espera pela colheita da “safrinha” de milho e a queda contínua nos preços do farelo de soja têm favorecido a lucratividade na suinocultura. A CONAB projetou uma safra robusta, e esse cenário positivo é crucial na manutenção das margens de lucro para produtores de suínos.

A análise da variação nos preços desses insumos indica que, apesar de um recuo temporário nos preços do suíno, a relação de troca com o mix de milho e farelo de soja tem assegurado níveis de rentabilidade melhores em comparação com o ano anterior. Os gráficos mais recentes refletem essa dinâmica, mostrando uma recuperação tangível na rentabilidade dos suinocultores.

Perspectivas para o Futuro do Mercado de Suínos

A perspectiva para o segunda metade do ano é otimista, como destacado por Marcelo Lopes, presidente da ABCS. A sazonalidade típica que proporciona um aquecimento na demanda por carnes está se aproximando, e as expectativas de uma oferta estável de milho e farelo de soja contribuem para um cenário potencialmente mais favorável. A recuperação do mercado não é apenas uma possibilidade, mas uma expectativa bem fundamentada entre os agentes do setor.

Com a recuperação da confiança e a observação de uma tendência de alta nas cotações, tanto para suínos vivos quanto para carcaças, a suinocultura brasileira se encontra em uma posição estratégica para capitalizar sobre as condições de mercado. Assim, a adaptação às mudanças globais e a resposta eficiente às necessidades do mercado interno serão cruciais para a sustentabilidade do setor.

Conclusão: O Cenário de Recuperação Atraente

A recuperação do mercado de suínos no Brasil é visível e cheia de oportunidades. Enquanto o setor avícola enfrenta os desafios da gripe aviária, a suinocultura se destaca com exportações recordes e uma tendência ascendente nas cotações. A interdependência entre a produção, exportação e condições de mercado interno se revela mais clara do que nunca.

Além de navegar pelos desafios atuais, a suinocultura brasileira deve continuar a adaptar suas estratégias, diversificando mercado e garantindo uma relação saudável com os insumos. A recuperação não está apenas democratizando o acesso aos produtos suínos, mas também estabelecendo o Brasil como um competidor significativo no mercado global de proteínas.





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Última atualização em 6 de julho de 2025

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